A presidente Dilma fez a frase
definitiva, em 17 de dezembro de 2014: “Nós lutadores sociais nunca
imaginávamos, nunca imaginamos viver este momento histórico. Quero cumprimentar
o presidente Raúl Castro, o presidente Barack Obama e também o papa Francisco.”
Para quem anda nos 60 e quebrados, olhando mais para trás, para os anos que já se foram, do que para frente, para o que os anos futuros cada vez mais escassos, e próximo de se aposentar de algumas coisas, 2014 não será um ano fácil de esquecer.
Vamos aos fatos, aqueles mais memoráveis, ainda frescos na memória e no coração.
Primeiro: Em 2014 não dá para esquecer 1964. Primeiro de abril de 1964. O golpe militar que atrasou a democracia brasileira completou 50 anos. Ou melhor, golpe que extinguiu a democracia por longos 21 anos, esta mesma democracia reconquistada pela luta e consciência do povo brasileiro.
Segundo: O último ato da retomada da democracia aconteceu em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, quando a Comissão Nacional da Verdade, instituída em maio de 2012, entregou seu relatório à presidente Dilma Rousseff, ela perseguida pela ditatura, presa política e torturada. Disse a presidente Dilma no ato de entrega: “A verdade é uma homenagem a um Brasil que já trilha três décadas de um caminho democrático. E que empenharemos todas as forças para que assim persista. Afirmei ainda que o Brasil merecia a verdade e, sobretudo, mereciam a verdade aqueles que perderam familiares, parentes, amigos, companheiros e que continuam sofrendo… continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.”
Terceiro: A primeira Copa que ouvi, no rádio, foi a de 1958, na Suécia, Brasil campeão. A primeira Copa que vi no Brasil, ao vivo, na televisão, foi a de 2014, sucesso absoluto fora de campo – torcida, alegria, multidões, festa, carnaval –, vexame a se tentar esquecer dentro das quatro linhas. Mas foi uma Copa que marcou história, segundo os olhares do mundo.
Quarto: A marca das eleições de 2014 – presidente da República, governadores, deputados federais e estaduais, senadores – “foram” duas: a intolerância política – o “anti” acima do “a favor” – e a quarta vitória do mesmo agrupamento político, povo nas ruas no segundo do turno, Partido dos Trabalhadores liderando a aliança. Uma mulher, Dilma, reeleita.
Quinto: As denúncias de corrupção, especialmente na Petrobras, não podem ser esquecidas, misto de campanha eleitoral e de País passado a limpo. Como vem dizendo a presidente Dilma, não sobrará “pedra sobre pedra”. Pela primeira vez, tudo está sendo investigado: grandes empreiteiras, agentes de governo, parlamentares.
Sexto: Faço minhas as palavras de Bia Barbosa e Pedro Ekman: “Guardem o dia 25 de março de 2014 na memória. Este dia será lembrado como o dia do Marco Civil da Internet em todo o mundo. Neste dia, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que tem todas as características de um projeto impossível de ser aprovado numa Casa como essa. A principal delas: o fato de contrariar interesses econômicos poderosos ao garantir direitos dos cidadãos e cidadãs. O Marco Civil da Internet aprovado aponta claramente para o tratamento da comunicação como um direito fundamental e não apenas como um negócio comercial. Trata-se de algo inédito na história brasileira.”
Sétimo: Não esquecer as mudanças climáticas e seus dramas: secas prolongadas no Nordeste e especialmente Sudeste, falta de água em São Paulo, enchentes, tormentas. Felizmente, está sendo preparado e em vias de ser lançado o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNA).
Oitavo: A Política Nacional de Participação Social, lançada em maio pela presidente Dilma, tratando da participação social como método de governo, foi o creme conservador do debate político: mídia conservadora clamando contra a bolivarianização do Brasil, parlamento conservador querendo derrubar o decreto presidencial que apenas regulamenta o Conselho Nacional de Saúde e outros tantos Conselhos e Conferências, existentes há décadas e produtores do pouco de democracia participativa que se consolidou na história brasileira.
Nono: No lado pessoal, de militância, de fé e teologia libertadora, assistir em São Félix do Araguaia o filme Pés descalços sobre a Terra vermelha ao lado do próprio Pedro, contando a vida e compromisso dom Pedro Casaldáliga com o povo pobre e trabalhador do Brasil.
Décimo e último, não por acaso: 2014 não podia terminar melhor, com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, depois de 53 anos. Inesperado, inimaginável até para a presidente da República, quem esperava poder terminar 2014 assim, felicidade, alegria, um passo para a paz e harmonia entre os povos? Cuba e seu povo sobreviveram e foram/estão sendo vitoriosos!
2014 é, por tudo isso e mais um pouco, um ano para ficar guardado em nossas retinas, mesmo aquelas mais cansadas. 2015 que se prepare! Não será nada fácil derrubar 2014 das nossas vidas.
Para quem anda nos 60 e quebrados, olhando mais para trás, para os anos que já se foram, do que para frente, para o que os anos futuros cada vez mais escassos, e próximo de se aposentar de algumas coisas, 2014 não será um ano fácil de esquecer.
Vamos aos fatos, aqueles mais memoráveis, ainda frescos na memória e no coração.
Primeiro: Em 2014 não dá para esquecer 1964. Primeiro de abril de 1964. O golpe militar que atrasou a democracia brasileira completou 50 anos. Ou melhor, golpe que extinguiu a democracia por longos 21 anos, esta mesma democracia reconquistada pela luta e consciência do povo brasileiro.
Segundo: O último ato da retomada da democracia aconteceu em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, quando a Comissão Nacional da Verdade, instituída em maio de 2012, entregou seu relatório à presidente Dilma Rousseff, ela perseguida pela ditatura, presa política e torturada. Disse a presidente Dilma no ato de entrega: “A verdade é uma homenagem a um Brasil que já trilha três décadas de um caminho democrático. E que empenharemos todas as forças para que assim persista. Afirmei ainda que o Brasil merecia a verdade e, sobretudo, mereciam a verdade aqueles que perderam familiares, parentes, amigos, companheiros e que continuam sofrendo… continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.”
Terceiro: A primeira Copa que ouvi, no rádio, foi a de 1958, na Suécia, Brasil campeão. A primeira Copa que vi no Brasil, ao vivo, na televisão, foi a de 2014, sucesso absoluto fora de campo – torcida, alegria, multidões, festa, carnaval –, vexame a se tentar esquecer dentro das quatro linhas. Mas foi uma Copa que marcou história, segundo os olhares do mundo.
Quarto: A marca das eleições de 2014 – presidente da República, governadores, deputados federais e estaduais, senadores – “foram” duas: a intolerância política – o “anti” acima do “a favor” – e a quarta vitória do mesmo agrupamento político, povo nas ruas no segundo do turno, Partido dos Trabalhadores liderando a aliança. Uma mulher, Dilma, reeleita.
Quinto: As denúncias de corrupção, especialmente na Petrobras, não podem ser esquecidas, misto de campanha eleitoral e de País passado a limpo. Como vem dizendo a presidente Dilma, não sobrará “pedra sobre pedra”. Pela primeira vez, tudo está sendo investigado: grandes empreiteiras, agentes de governo, parlamentares.
Sexto: Faço minhas as palavras de Bia Barbosa e Pedro Ekman: “Guardem o dia 25 de março de 2014 na memória. Este dia será lembrado como o dia do Marco Civil da Internet em todo o mundo. Neste dia, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que tem todas as características de um projeto impossível de ser aprovado numa Casa como essa. A principal delas: o fato de contrariar interesses econômicos poderosos ao garantir direitos dos cidadãos e cidadãs. O Marco Civil da Internet aprovado aponta claramente para o tratamento da comunicação como um direito fundamental e não apenas como um negócio comercial. Trata-se de algo inédito na história brasileira.”
Sétimo: Não esquecer as mudanças climáticas e seus dramas: secas prolongadas no Nordeste e especialmente Sudeste, falta de água em São Paulo, enchentes, tormentas. Felizmente, está sendo preparado e em vias de ser lançado o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNA).
Oitavo: A Política Nacional de Participação Social, lançada em maio pela presidente Dilma, tratando da participação social como método de governo, foi o creme conservador do debate político: mídia conservadora clamando contra a bolivarianização do Brasil, parlamento conservador querendo derrubar o decreto presidencial que apenas regulamenta o Conselho Nacional de Saúde e outros tantos Conselhos e Conferências, existentes há décadas e produtores do pouco de democracia participativa que se consolidou na história brasileira.
Nono: No lado pessoal, de militância, de fé e teologia libertadora, assistir em São Félix do Araguaia o filme Pés descalços sobre a Terra vermelha ao lado do próprio Pedro, contando a vida e compromisso dom Pedro Casaldáliga com o povo pobre e trabalhador do Brasil.
Décimo e último, não por acaso: 2014 não podia terminar melhor, com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, depois de 53 anos. Inesperado, inimaginável até para a presidente da República, quem esperava poder terminar 2014 assim, felicidade, alegria, um passo para a paz e harmonia entre os povos? Cuba e seu povo sobreviveram e foram/estão sendo vitoriosos!
2014 é, por tudo isso e mais um pouco, um ano para ficar guardado em nossas retinas, mesmo aquelas mais cansadas. 2015 que se prepare! Não será nada fácil derrubar 2014 das nossas vidas.
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