A possibilidade de parcelar as
compras não é concedida em todos os países. No Brasil, existem benefícios, mas
também o lado ruim, que pode se tornar verdadeira cilada. Pode ser visto como
uma saída para que as pessoas tenham mais crédito e, portanto, movimentar mais
o mercado. Em contrapartida, milhões de inadimplentes mostram que parcelamento
de compras também pode ser uma armadilha para quem não sabe usar o benefício
adequadamente. Pior ainda é quando instituições financeiras oferecem esse
crédito sem a devida análise, tornando o Brasil um país de endividados.
O educador financeiro Reinaldo
Domingos explica que o Brasil é um dos pouquíssimos países que parcela de fato
as compras dos clientes. “Nos EUA, eles utilizam o que chamam de crédito
rotativo. Fica com o dinheiro disponível no cartão e de acordo com o que você
tem, a verba no banco vai pagando os débitos”, diz. Ele ressalta que o que os
americanos realmente parcelam são bens duráveis, como, por exemplo: carros e
casas. “Nesse sentido, os juros são muito menores e a população não se
endivida, mas sim pagando aos poucos a dívida”, esclarece.
O educador explica que, no caso de
pessoas que fazem viagens internacionais e não conseguem parcelar suas compras
fora do Brasil, é possível fazê-lo quando estiver de volta ao País, no entanto
ele alerta, as taxas para fazer essa operação são altas. “Os juros menores
chegam a 6%, o que é alto. Nosso País tem essa pegada em virtude do período da
inflação. Facilitando o crédito para as pessoas consumirem mais, o mercado tem
mais vantagens”, ressalta. Ele ainda lembra que, se não existisse esse
parcelamento, muitas pessoas, hoje, não teriam os bens que possuem.
“Quando se compra a prazo, obviamente
os juros levam mais do seu dinheiro embora. Não existe parcelamento à taxa
zero, o que ocorre é o cálculo inverso e uma parcela fixa, o que dá essa falsa
impressão. Por ser um País de 3º mundo e analfabeto financeiramente, é mais
complicado lidar com isso”, ressalta o consultor.
Outro problema grave citado por ele é
o que ocorre na hora de definir o quanto de crédito cada indivíduo poderá ter.
“Pessoas com renda fixa de R$ 3 mil chegam a ganhar crédito no cartão, por
exemplo, de até nove mil reais. Então é muito claro que no final a conta não
vai fechar. É uma avalanche de crédito não estruturado. Hoje no Brasil existem
mais de 150 milhões de inadimplentes, ou seja, pessoas que não conseguem pagar
o que compraram”, lembra.
Auxilio à economia
Para o economista do Instituto Mauro
Borges, Sérgio Borges, o parcelamento pelo cartão de crédito é um importante
instrumento na economia brasileira, pois permite ao consumidor a aquisição de
bens e serviços com valores superiores à sua renda mensal. “Assim, o cartão de
crédito, de fato, é um importante instrumento na aquisição de bens, mas deve
ser utilizado com prudência. Ele é importante e benéfico para a economia, pois
estimula maior consumo das pessoas, o que incentiva maior crescimento do País”,
ressalta.
Mas como Reinaldo Domingos, Sérgio
concorda que, se utilizado com parcimônia, pode ser uma boa saída para as
compras. “Por vezes, o consumidor acaba não avaliando a real necessidade de um
bem e o compra utilizando demasiadamente o seu limite de crédito e acaba se
endividando”, diz. Ou seja, ele avalia que os malefícios que podem derivar do
cartão de crédito – como, por exemplo, elevado grau de endividamento das
famílias -, não residem no instrumento em si, mas decorrem de outras questões.
Há aspectos comportamentais, como as pessoas consumirem sem planejamento e necessidade; aspectos técnicos, como a elevada taxa de juros desta modalidade, entre outros.
Há aspectos comportamentais, como as pessoas consumirem sem planejamento e necessidade; aspectos técnicos, como a elevada taxa de juros desta modalidade, entre outros.
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Em Portugal, a atribuição de créditos durante a década de 90 e inícios de 2000 parecia um autêntico festival, com cartões de crédito, créditos instantâneos e por aí adiante até que a crise financeira atingiu o país de uma maneira que agora as dívidas são muitas e a classe média vê-se com um problema sério para liquidar as mensalidades. Não sou a favor da utilização desregrada do crédito pois isso nunca acaba bem.
ResponderExcluir-------
Estas Coisas Acontecem
www.acontecemcoisas.com
O parcelamento no cartão de crédito deve ser feito com parcimônia. Em muitos casos pode-se fazer até 10 ou 12 parcelas com um mínimo de juros, cobrados pelo vendedor, pois ele tem a garantia da empresa de cartão de crédito. Já se for parcelar no juros da operadora do cartão é a maior fria que pode existir.
ResponderExcluirNa hora de calcular o valor final pago um pouco de conhecimento de cálculo mental permite fazer uma avaliação rápida do valor aproximado a ser pago ao final. Isso dá uma ideia de quanto de juros estaráa pagando. Não será nem preciso puxar uma calculadora para fazer a operação. Já quem não tem essas habilidades, o recurso é apelar para o celular que tem uma calculadora embutida.
É preciso muito cuidado com prestações.