A
possibilidade de os consumidores pagarem ainda mais pela conta de energia
elétrica - a expectativa das operadoras é cobrar o novo reajuste já em março -
deveria ser vetada pelo governo reeleito de Dilma Roussef. Novamente a
população, que passou a pagar mais pelo serviço nos primeiros dias de janeiro,
deverá arcar com os problemas não resolvidos pelo governo federal.
De acordo
com a Agência Brasil, reproduzindo palavras do ministro de Minas e Energia,
Eduardo Braga, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recebeu sinal
positivo da presidente para tratar de "ações estruturantes" do setor.
O órgão marcará uma reunião e tomará as providências no sentido de construir,
dentro de um prazo estabelecido, as medidas.
O
reajuste da conta de luz que o povo brasileiro deverá pagar diz respeito aos
problemas de caixa das distribuidoras de energia elétrica. Uma
"compensação" pelo valor a mais gasto pelas distribuidoras na compra
de energia, por causa do baixo volume dos reservatórios das usinas
hidrelétricas e da necessidade de acionamento de termelétricas. Para liquidar
débitos de novembro do ano passado, seria necessário R$ 1,6 bilhão. Em relação
a dezembro, são mais R$ 900 milhões. Montante que o ministro Braga pressiona
Dilma para repassar ao bolso da população.
A
presidente deveria recorrer ao que diz a página 35 de seu Plano de Governo,
apresentado durante a campanha eleitoral do ano passado, antes de dar o o.k. ao
novo tarifaço. Lá consta: "No setor de energia, o Brasil continuará o
processo de expansão do seu parque gerador e transmissor para garantir a
segurança do suprimento e a modicidade tarifária. Essa expansão ocorrerá de
forma a manter a qualidade de nossa matriz energética, baseada em
hidroelétricas e termoelétricas, fontes renováveis limpas e de baixa emissão de
carbono, e complementada por fontes alternativas, como a eólica, a solar e a
originária da biomassa.
Terá sequência prioritária a ampliação e modernização
do parque instalado de transmissão de energia".
E tornar
o setor mais eficiente e qualitativo, definitivamente, não passa por onerar o
bolso do contribuinte, uma velha fórmula, que nada tem de moderna. A
compensação das distribuidoras requer outro plano. Fácil demais aumentar a
conta de luz - e injusto - para um governo que não consegue se livrar dos
escândalos, luta contra a volta da inflação e parece, nesse início de mandato,
ainda fora de rumo.
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