“Cerveja boa a gente consegue beber até em temperatura
ambiente”, disse Rodrigo Gruppelli, que há cerca de dez anos conheceu cervejas
artesanais durante uma viagem à Europa e se apaixonou.
“Fazer cerveja passou a
ser um hobby até porque encontrar cerveja de qualidade aqui é difícil”, disse Rodrigo, que hoje produz sua
própria cerveja de forma artesanal. Já chegou a vender o produto, mas hoje em
dia só produz para consumo próprio e para amigos.
Gruppelli é nosso personagem do “As delícias que o Município nos
reserva”. Natural do Rio Grande, Gruppelli morou na Europa em 2007, onde
seu gosto pela cerveja de qualidade despertou. “Lá tem pubs, bares, onde são oferecidas cervejas de
diversos aromas e sabores”. Assim nasceu seu gosto pela cerveja
artesanal, e para conseguir fazer uma boa cerveja, o jovem conta que teve que
estudar muito.
“Não adianta só ter a receita, é muito importante ler e
estudar”, ressaltou. Na mesa montada para esperar a equipe do Agora, além dos
recipientes próprios para a produção da bebida, estavam diversos livros sobre
cerveja. De acordo com Gruppelli, as melhores cervejas têm ingredientes
selecionados para dar o melhor sabor. Diferentemente do vinho - que o sabor
difere de acordo com o clima da região onde é produzido, a cerveja produzida
aqui em Rio Grande pode ter o mesmo sabor das cervejas europeias.
“Eu tenho acesso a todos
os ingredientes que cervejarias ao redor do mundo têm”.
A receita-base da cerveja leva quatro ingredientes: malte de
cevada, lúpulo (uma flor de trepadeira utilizada para dar aroma amargo), água e
fermento. “O que regula o aroma e o sabor é a forma como trato o fermento”,
destacou.
“Posso fazer receitas na qual o lúpulo se destaca, outra em que
o malte se destaca”, explica, informando que hoje no mundo existem mais de 100
tipos de cervejas.
Ao ser questionado se ele conseguiu identificar o ingrediente
que causa ressaca aos bebermos alguns copos de cerveja (mesmo quando bebemos de
forma moderada), Gruppelli explica que na cerveja artesanal isso ocorre quando
a fermentação gera álcoois superiores, com gosto de cachaça. Por isso, e ele
ressalta, é muito importante estudar para se produzir cerveja de qualidade, e é
importante também sanitizar (operação que visa à higiene).
Gruppelli não produz a cerveja para venda, mas para manter-se
atualizado e para conhecer outros tipos do produto, participa todos os anos do
festival de cervejas artesanais, que acontece em Pelotas. “O festival conta com
a participação de 10 a 12 cervejeiros, cada um leva pelo menos dois sabores
diferentes de cerveja”, ressaltou.
Para mostrar as suas habilidades na produção de cerveja,
Gruppelli nos deixou saborear uma das suas últimas produções, uma cerveja
artesanal com gosto de pêssego. “Ela leva lúpulo americano, que tem essa
característica de cheiro de frutas cítricas”, explicou.
Ao solicitarmos uma receita básica para Gruppeli, ele explicou
que para fazer a receita é necessário ter familiaridade com os processos
cervejeiros. “O estudo pode ser iniciado em sites como o HomeBrewTalk Brasil (www.homebrewtalk.com.br) ou em grupos do Facebook como o ‘Cervejeiros Caseiros do
Brasil’, destacou, salientando ainda que existe também farta literatura
norte-americana disponível em livros. Então, quem tiver interesse em produzir
cerveja artesanal já sabe por onde começar.
“Apesar de ser um pouco
mais cara, é uma cerveja de qualidade”, concluiu.
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Tinha que passar a receita completa......rsrsrsrs
ResponderExcluirMas acho interessante essa arte, quem sabe não estudarei e começo a fazer por hobby