terça-feira, 2 de novembro de 2010
Pais e professores, os mais próximos 'formadores de opiniões'
Aos olhos de muitos jovens e crianças que com eles têm contato diariamente, pais e professores são exemplos daquilo que é certo e adequado fazer e, também, ser
Algumas pessoas não se sentem confortáveis ao pensar que são, de uma forma ou de outra, formadoras de opiniões, pois o peso da responsabilidade que envolve essa característica pode ser demasiadamente grande para alguns de nós. Ser formador de opinião não é uma condição apenas de jornalistas, críticos e professores. Formamos opiniões sempre que afirmamos para o outro qual é o nosso conceito e/ou nossa avaliação sobre determinado assunto ou situação.
Acontece que, dependendo da posição que ocupamos, o impacto daquilo que é dito por nós será maior ou menor, sendo que essa posição pode ser física, tal como o lugar onde estamos, ou, ainda, psicológica, tal como a posição social ou familiar que assumimos, pois há nítida e forte diferença em, por exemplo, uma pessoa dizer o que pensa em casa para sua família e expressar o mesmo conteúdo numa entrevista que será veiculada num grande jornal ou revista.
O impacto de um ou de outro é totalmente diferente e, por isso, é importante refletirmos e ponderarmos muitos pontos antes de falar o que pensamos, mesmo num país em que há liberdade de expressão.
É conveniente também pensarmos no grande poder de impacto da opinião de pais e professores. Aos olhos de muitos jovens e crianças que com eles têm contato diariamente, pais e professores são exemplos daquilo que é certo e adequado fazer e, também, ser. Como pessoas comprometidas com a boa e plena formação de nossos jovens, não podemos fazer vista grossa a essa realidade, ainda que algumas circunstâncias tentem nos desmotivar.
Tais circunstâncias podem ser tanto a indisciplina em sala de aula como o pouco caso que nossos filhos demonstram vez ou outra àquilo que falamos, e tantas outras situações que conhecemos bem de perto.
Na sala de aula ou em casa, nossas crianças e nossos jovens sempre esperam de nós um comportamento digno de ser copiado e, ainda que não venhamos a desejar tal encargo sobre nós, a verdade é que mesmo assim somos, na figura de pais e professores, as pessoas que mais formam opiniões. Ao dizer isso, o que vem à mente são os poderosos veículos de comunicação que exercem poder sobre a grande massa populacional, formulando e reformulando opiniões.
Contudo, a verdade é que, mesmo “escondidos” em nossos ambientes, ou seja, em nossas casas ou na escola, somos nós que de alguma maneira moldamos o caráter daqueles que serão os cidadãos da nossa sociedade.
O impacto pode não ser tão quantitativo como ocorre com a imprensa, por exemplo, mas a qualidade daquilo que estamos formando dentro de cada um de nossos filhos e alunos é inquestionável, pois é como a propaganda “boca a boca”, na qual o efeito é comprovadamente muito mais efetivo.
É por tudo isso que precisamos reafirmar diariamente dentro de nós mesmos o nosso papel na vida daqueles que estão em contato conosco, seja em nossas casas ou nas nossas salas de aula. Não dá para transmitir apenas conhecimentos didáticos, sem pensarmos que nossos alunos estão lendo muito mais do que aquilo que está escrito no quadro-negro.
Nossos alunos e filhos leem diariamente as nossas expressões faciais e corporais, a tonalidade da nossa voz, a fúria ou o amor com que nos referimos a eles, os comentários sobre a novela que passa na televisão, a notícia que causou horror a todos e tantas outras possibilidades de leitura.
O mais curioso em tudo isso é que não raras as vezes vemos nossos pequenos questionando nossos comportamentos e dizendo-nos que somos meio que ultrapassados em muitos de nossos conceitos, mas é certo que qualquer comportamento negativo que possamos ter será de grande prejuízo a cada um de nossos filhos e alunos, e eles de uma forma ou de outra sabem disso.
Dessa maneira, fazer uma autoavaliação contínua e carinhosa é sempre uma excelente alternativa para cada um de nós, pais e professores, muito melhor do que fingirmos que não exercemos sobre o outro um impacto que tanto pode ser benéfico quanto maléfico.
Lá no futuro, quando não mais pudermos fazer nada por eles, tudo o que foi ensinado por nós por meio de palavras e gestos estará continuamente guardado a sete chaves por eles, ajudando-os no seu mais pleno desenvolvimento.
Por Erika de Souza Bueno.
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William Junior
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