segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PSICOLOGIA DO ORGULHO



Com o passar do tempo, muitas pessoas sentem-se que já foram felizes sem saber. Seja pela infância sadia e despreocupada, seja pela melhor condição financeira, melhor saúde física, menos conflitos familiares, menos traumas e conflitos.

A mente cuida de se esquecer parcialmente de diversos tropeços e muitas vezes há uma falsa ilusão de um saudosismo feliz, posto que a cada fase da vida os problemas são outros: um colega de escola brigão, um malfeitor nefasto, uma quebra de confiança, uma infelicidade por falta de autoestima etc.

Por outro lado, existe uma forte tendência humana a macerar a angústia com as lembranças dos pesares. É o que se entende por “amassar o barro”. Os traumas e sofrimentos muitas vezes não esquecidos aumentam a dor insuportável das marcas do passado, deixando o coração muito ferido e os ombros pesados com tal fardo. A culpa disso tudo é o orgulho!

O orgulho é irmão do egoísmo, que chega a ser parente próximo do Narcisismo (libido voltado para o ego). Ele é um dos maiores vilões das famílias, cernes da sociedade. Por ele é que os traumas são aumentados, por ele é que não há reconciliação entre casais, por ele é que não conseguimos perdoar nossos pais (pessoas que deveríamos ser gratos pelo dom da vida – profecias de vida longa: honrar pais, em diversas religiões ocidentais e orientais).

O filósofo escocês David Hume, na obra Tratado da Natureza Humana, aponta o orgulho próprio como uma paixão positiva (o eu como objeto - e não causa –, do orgulho), fazendo parte das paixões e natureza humana. Pondera também que o orgulho é sentido num caráter extraordinário de característica ou talento que temos, durante alguma situação adversa, como se orgulhar da saúde na velhice, por ser constante na juventude.
O amor-próprio é um cuidado e respeito com a própria pessoa. Existe uma necessidade de se reconhecer a alteridade e o equilíbrio desse sentimento. A autoestima sustenta qualquer pessoa para seguir adiante depois dos tropeços da vida. Mas, ao contrário do que Hume disse, penso que o egoísmo nesse sentido altruísta de ver o mundo em torno do individualismo é negativo, pois a humildade e o perdão são as chaves para aliviar o fardo e liberar a angústia do coração. Inclusive, o orgulho é um dos sete pecados capitais do cristianismo.

Aristóteles, na obra Ética a Nicômaco, descreve as virtudes e vícios humanos pelo critério do excesso e da falta. A virtude é um sentimento ou conduta moderada. “O orgulho é o excesso e o descrédito próprio é a falta.” Então, podemos concluir de fato que a humildade é um sentimento moderado: uma virtude.
Todo ser humano anseia em sua essência a felicidade. Deixar o orgulho de lado, reconhecer o erro e pedir perdão é assinatura de humildade e caminho mais curto para essa busca. Pedir perdão pelo erro cometido e perdoar as falhas alheias é conduta humana louvável que alivia as crises e propicia o bom convívio e o bem-estar dos envolvidos. Todos possuem grandes falhas e não adianta fingir que nada aconteceu. Assumir o erro é virtude que ergue a cabeça de qualquer pessoa. Pedir perdão levanta os homens de suas quedas e faz com que a confiança quebrada possa vir a ser restaurada. Ser perdoado é motivação para seguir no rumo da felicidade!


Por Leonardo Teixeira.

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3 comentários:

  1. Excelente post. Concordo que os problemas muda a cada fase da nossa vida.

    Abraço.

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  2. Oii William

    Adorei o post, realmente o orgulho é um dos grandes males da sociedade,temos que ter humildade para saber perdoar e admitir nossos erros, sem querer arranjar culpados.

    Bjs

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