Vivemos em um
chamado Estado de Direito, também reconhecido pelo título de Estado de Bem
Estar Social no qual é soberana a ideia de uma nação. E nessa composição há o
tal contrato social que todos firmam para constituir uma pátria regulada por
leis, com imposição de deveres e garantia de direitos. Dentro os primordiais: a
liberdade, em suas mais diversas formas, tal como de crença, sexualidade,
cultura, política, e a de ir e vir.
Ocorre que essa tal
nação brasileira, que gosta sempre de vender uma boa imagem de gente
carismática, receptiva, calorosa, solidária, amável e respeitadora chegou a um
tal estado em que as liberdades se esbarram a todo momento, e os limites do
convívio social geram todos os dias conflitos em suas formas mais repudiantes e
toscas.
A liberdade pela
qual tanto se lutou, e que tanto se quer como garantia expressa, não só no
preâmbulo constitucional, já não é tratada como primordial. E com isso a
sociedade beira o caos. Pois a barbárie social tem princípio fundado na
violência ao próximo.
Hoje em dia vê-se
claramente o repúdio a liberdade alheia. Todos querem ser livres, mas poucos
respeitam os limites garantidos ao outro.
Expressão disso é o
racismo e o preconceito infundado. Expressos através da violência que é
recorrente contra a mulher, o negro, o gay, o índio, o pobre ou mesmo aquele
proveniente de outras regiões do País.
Matar ou violentar
alguém por quem tem certo atributo pessoal, além de crime, é desrespeito e
violação expressa à garantia da liberdade.
Por isso, vale
sempre lembrar que, para viver na tal dita sociedade moderna brasileira todos
têm que assinar o seu contrato social para com o Estado de Direito, e ninguém,
que não ele possui a legitimidade sobre a Justiça.
O bem-estar de uma
sociedade com limites impostos pela liberdade conserva-se e desenvolve. Já uma
sociedade em que o ataque gratuito às liberdades individuais é sempre notícia
de jornais, se destrói e beira a visão de inferno na terra. Sim, falo de
inferno porque a religião muitas vezes é usada como arma para ataque contra o
próximo. Assim como o poder econômico, a força física e as desigualdades
intelectuais.
Enfim, partindo
para a particularidade, sabemos que cada indivíduo é único, tem suas
convicções, sua formação, sua religião e sua liberdade. Por assim ser, cabe a
todos sem distinção, o respeito e a ideia de que seu espaço e suas vontades tem
limites no próximo. E antes de xingar, discriminar, agredir ou matar o
diferente pensemos: e se fosse você? Ou com você? Se aquela vítima da agressão
motivada pelo preconceito ou pelo racismo fosse a sua pessoa ou alguém que você
tanto gosta? Ela ainda teria razão de ser? Se o religioso for morto porque tem
sua fé? Se o branco for discriminado porque é branco? O hétero for agredido
porque gosta do sexo oposto? Se o homem sofrer violência doméstica porque é
homem?
Não poderiam ser
criados mecanismos legais para a proteção desses indivíduos dentro do Estado
Democrático de Direito?
Então porque
esperar mais?
Que a lei proteja o
humano e não os esteriótipos sociais. Pois como é bonito ler que todos somos
iguais perante a lei, mas como doí ver que alguns são mais iguais que
outros.
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