Setembro aponta no calendário com a
promessa de água, flores e alguma fagulha de ética política à humanidade.
Segundo os ciganos e mágicos
etílicos, instalados nos botecos, a previsão vai se fazer cumprir e, num passe
de mágica e metamorfose do sistema secular, sairá da cartola dos próprios
poderosos, um por cento deles, donos de todas as terras do País de Alice.
Enquanto a crônica não vira a página,
analfabetos funcionais, representantes do eleitorado – preso ao voto de
cabresto – recebem salários nobres no Legislativo inativo e faltoso do País. Os
coronéis seguem firme e brigando (à luz da lamparina) na saída das missas e
cultos dos templos, apaziguados e apaniguados por salvadores de almas, sempre
às voltas com a emissão do boleto da inclusão sócioespiritual. O engodo se dá
pela cumplicidade de instituições, há décadas falidas, e no voto equivocado e
pelego do eleitor que perpetua as elites.
O bafor do clima de setembro, já
instalado no Cerrado, nos abala a consciência, ainda crua, sedenta por mudanças
climáticas e psicossomáticas. Nas esferas político-representativas, nos
canteiros outrora floridos das capitais e dentro da proposição política dos
senhores feudais, amarradas ao passado, propostas mirabolantes vêm carregadas
de retrocesso dando tom, cor e desperdiçando o horário democrático.
Certo como o cheiro de café coado na
senzala, às seis da manhã, o resultado de mudanças e lambanças promovidas na
natureza já se apresenta ao planeta azul. Há chuva onde fazia sol, vento e
terremoto nas planícies antes equilibradas e o tempo vai deitando fuligem sob
seres humanos sedentos por uma gota d’água sequer.
Segundo os mais céticos, a razão
líquida de uma terceira guerra mundial virá da luta cotidiana gerada na
ignorância e dispêndio, além da necessidade ininterrupta de produção de bens de
consumo do processo capitalista incessante. Beber, ingerir, lavar, mover,
transportar são alguns dos milagres os quais o homem, avalizado por Deus e
furtando D’Ele, conseguiu processar a luta pela sobrevivência, transformando
exterminando e se tornando latifundiário da natureza.
Erro fatal no processo de
civilização, a ganância recrudesce, na tola retórica capitalista de que o homem
pode e deve domar a terra, cercá-la e atribuir-lhe um valor exacerbado de
compra, venda ou troca. No mundo irreal, especulativo e volátil da acumulação
material o saldo espiritual do ser social denuncia o fundo do poço e alcança o
vermelho.
Em O Planeta dos Macacos, o
personagem principal da série se depara com a Estátua da Liberdade, na última
cena do seriado. Durante toda a trama encontrava-se preso e ameaçado de morte e
extermínio no mesmo planeta o qual, até bem pouco tempo, lhe proporcionava vida
abundante, liberdade e capacidade de promover a Ciência da qual tornou-se
vítima real, nua e crua.
A passos largos de ficção, dentro dos
estádios, nominamos nossos iguais de macacos, num lobby ensaiado pela
ignorância, arrogância, inveja e banalização de valores éticos, cívicos e
morais.
Os macacos, embora não tenham o poder
de desenvolver ferramentas e transformar a natureza, ainda não perderam a
decência, consciência ambiental e, até os dias de hoje, jamais atiraram no
lixo, a ética.
E o pulso... ainda pulsa!
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