A família é um dos principais fatores de maior influência no
desenvolvimento das crianças
Você já deve ter ouvido a frase: “educação
vem de casa”. Ela é constantemente dita quando uma pessoa ficar nervosa com
outra, devido principalmente, a falta de educação. Com o passar dos anos,
aprendemos e somos influenciados pelas mudanças da vida, mas a principal
referência que existe está na própria casa: os pais.
Existem pessoas que pensam que o papel de
pai ou mãe é só até os primeiros anos de vida da criança, ou seja, após esse
acontecimento a vida se responsabiliza de cuidar. Pode até ser que ela seja
importante, mas são os exemplos dos pais que os filhos seguirão inicialmente, o
que for ensinado a eles, e também o modelo que eles tiverem dentro de sua
residência.
Para a psicopedagoga clínica Lílly Anne
Porto do Nascimento o papel dos pais é de extrema importância na criação
dos filhos. “Os pais e cuidadores são modelos na educação das crianças. Eles
são a primeira referência que a criança tem de caráter e princípios, e ocupam o
papel mais importante nessa tarefa, que nunca acaba. Pois filho é para sempre!”
Questionada sobre de que forma o exemplo
dos adultos pode influenciar nas crianças, ela explica. “A criança vê nos seus
pais um modelo, por isso é tão importante que os pais tenham a responsabilidade
de estimulá-los com hábitos saudáveis e bons comportamentos. Se uma criança
aprende por meio da imitação, logo ela precisa de um exemplo prático para que
seja capaz de reproduzir. Isto é, um espelho para se guiar, e deste, vai tirar
aquilo que de acordo com suas tendências servirá de molde para construir sua
própria personalidade.”
A psicopedagoga clínica explica a diferença
entre a educação da família e da escola. “Sim. Educação vem de casa. Estamos
vendo pais transferindo essa responsabilidade para as escolas e professores.
Não podemos esquecer que o aluno para a escola é somente mais um que veio e tem
um tempo certo para ir embora. Enquanto que filho é para sempre. Educação do ensino
é com a escola. Educação dos valores é com os pais e seus cuidadores”, diz.
Influência familiar
Será que existe diferentes formas de se
educar uma criança? A psicopedagoga clínica afirma que sim, mas destaca que não
existe uma regra de como fazer isso. “Em minha opinião existem muitas formas de
se educar, mas não acredito que exista uma forma milagrosa ou um livro pronto
que você possa segui-lo e dará tudo certo.” Lílly Anne cita alguns exemplos de
como educar uma criança. “Com certeza posso afirmar que pais que buscam dar
bons exemplos, que ensinam seus filhos regras e limites, que estabelecem um
relacionamento respeitoso entre os membros da família, que ensinam seus filhos
a respeitarem seus professores e as demais pessoas, estão no caminho certo para
obterem êxito na educação de seus filhos.”
Lílly Anne explica que de acordo com os
atendimentos que já realizou há sim relação na forma que fomos educados e a
educação de nossos filhos. “Ouço pais em meu consultório relatarem que não
gostariam de educar seus filhos da mesma forma que foram educados por seus
pais. Outros relatam estarem tentando fazer com seus filhos da mesma forma que
os pais fizeram com eles. Daí então posso afirmar que pais influenciam sim na
forma como seus filhos educarão seus netos, com exemplos positivos, mas também
com modelos negativos.”
A falta de educação familiar pode provocar
diversas consequências e a psicopedagoga cita alguns deles. “Jovens que não
respeitam suas famílias, tampouco as regras impostas pela sociedade.
Adolescentes inseguros, transgressores, com muita dificuldade de estabelecer
vínculos saudáveis e muitas vezes violentos”, explica.
Entre as recomendações concedidas pela
profissional de psicopedagogia, está a de insistir com seu filho, apesar das
dificuldades. “Nunca desista de educar seu filho, mesmo que as regras e os
limites pareçam não funcionar. Tenha em mente que essa criança está em formação
e precisa sim de sua persistência nos bons exemplos, no cuidado diário de
fazê-los repensar suas atitudes e se colocar no lugar dos outros. Ausência
física não se compensa com presentes e permissividade. Invista na qualidade do
tempo juntos e não na quantidade”, conclui.
Exemplo
A empresária e estudante de Pedagogia,
Innis Rodrigues, casada com Thiago Dornas e mãe de quatro filhos (Gustavo
Dornas, de 14 anos, Guilhermy Dornas, 10 anos, Giullia Dornas, sete anos e
Giovane Dornas, cinco anos), explica como cria as crianças. “Minha criação é
mais como eu fui criada, meu esposo sempre se dedica muito na educação dos
filhos, sempre faz o que está ao seu alcance, tentamos colocar nossas opiniões
em sintonia, assim todos colaboram com a organização de nossa casa. Fazemos
sempre nossas refeições à mesa, todos juntos, faço questão deste momento em
família. Sempre tem dificuldades, pois cada um está em um momento, sempre tem
alguma rebeldia, uma teimosia, mas vejo que se os elogios vêm de fora é porque
está dando certo meu estilo de criá-los.”
Na opinião de Innis a evolução tecnológica
tem influenciado a educação das crianças. “Hoje com a tecnologia avançada, há
muitos estragos na vida das crianças, principalmente a socialização, a falta de
amor, a falta de tempo e a falta de momentos juntos. Isso influencia na
distância e acaba perdendo o encanto do convívio familiar, hoje não existem
mais amizades, com vizinhos como no tempo em que eu fui criada, tudo vem se
perdendo aos poucos e em uma rapidez que dá medo”, diz.
Innis afirma que os pais são agentes
diretos na vida dos filhos, e que as crianças veem os pais como seus heróis.
“Se este encanto não é regado diariamente deixa de ser o ídolo e passa a ser o
vilão. Me mantenho em contato direto com meus filhos até quando estou
dirigindo, coloco músicas que todos sabem cantar, escolho sempre uma especial e
a nomeio com o nome de cada um deles, para eles serem adultos divertidos e
compromissados com regras”, exemplifica.
Educação
Em relação à frase “educação vem de casa”,
a empresária concorda com o termo e concede sua opinião. “Cabe aos pais
educarem para que seu filho, lá fora saiba respeitar e seguir as normas de cada
ambiente, independente se for na escola, na igreja ou em outro espaço público.
Para saberem aproveitar outros locais sem querer destruí-lo ou sem fazer parte
dele, e que ele próprios sempre serão exemplo para outras pessoas”, comenta.
Educar uma criança de forma errada também
tem suas consequências e para Innis elas são graves. “Se você faz tudo estraga,
se deixa de fazer é cobrado, mas se tiver pulso firme e fazer o que é correto
ao seu olhar, não ficará arrependido depois que ele crescer se tornando um
cidadão do bem, crítico e participativo”, afirma.
Questionada se colocar limites é uma forma
de educar os filhos, ela é direta. “Sim. Aqui em casa sou bastante rigorosa
principalmente com a hora de fazer as tarefas escolares e na organização da
casa, se faz algo que não é correto como: brigas de irmãos, na escola,
desobediência, sempre ficam de castigo, se xingam por algum jogo ou algo
similar como celular e notebook, ficam sem o que os fizeram dizer o palavrão.
Não é tolerável nem brigas e nem o xingamento, por isso tem que haver a punição
para que o incidente não se repita”, relata.
A estudante de Pedagogia ainda concede
algumas recomendações aos pais e responsáveis. “Estar o mais próximo possível
de seus filhos para que eles além de te amar, possam se sentir seguros para
tratar de alguns assuntos. Independente do sexo do seu filho seja justo com
todos, quando for falar em alguma forma de castigo faça, porque senão você não
terá mais credibilidade. Conquiste-o diariamente e com muito amor e carinho,
que nunca terás aflição, pois, seu filho sempre contará a você seus problemas.
Bom, é nisso que me apego e é isso que faço para manter este equilíbrio aqui em
casa”, conclui.
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Saulo! Parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirFaço minhas as suas palavras, pois tem pais que não sabem disso, dizem: "Vou colocar meu filho na escola para ver se cria educação", isso não tem cabimento, a escola deve sim relembrar e cobrar boas maneiras, e ensinar os conteúdos, enquanto valores e respeito "a educação vem de berço"...