Relembre,
traga de volta a criança que perdemos quando crescemos. A criatividade, o
interesse em ouvir, prestar atenção em tudo, a paciência, nunca desistir,
chorar e continuar acreditando que vai conseguir são as habilidades
indispensáveis para ser bem sucedido como empreendedor. Já
desenvolvemos estas habilidades quando crianças. Por que esquecemos?
Como pai de
família passamos por noites pouco dormidas, poucas horas de sono, muitas
preocupações com a saúde, com o futuros dos filhos, com a alimentação, com a
educação, com o desenvolvimento pessoal. Cuidar para que as crianças
cresçam, ganhem estatura, fiquem fortes, etc.
O primeiro
grande desafio da vida do homem é aprender a andar. Usamos a criatividade para
levantar, segurando na perna da nossa mãe. Creio que ninguém ensina isso a uma
criança. Depois tentamos andar soltando a mão da perna da mãe. Caímos,
levantamos, caímos, choramos porque a batida na cabeça doeu muito, mas, cinco
minutos depois, levantamos e tentamos andar novamente. Por que fizemos isso?
Por que nunca desistimos de andar?
O primeiro
grande desafio do empreendedor é fazer a empresa sair do chão, fazer crescer.
Não há onde agarrar, dependemos só da nossa força de vontade. O aprendizado de
levantar, cair, levantar, cair, chorar, levantar até aprender a caminhar por si
faz parte da rotina empreendedor. Mas muitas vezes desanimamos e desistimos. Se
fôssemos bebês, desistiríamos? Com certeza a resposta é não. Por que o bebê
nunca desiste?
Simplesmente
porque não existe na cabeça da criança o pensamento “não conseguir andar”. Não
me lembro o que eu pensava quando tinha 10 meses, mas penso que nunca tive
nenhuma dúvida do tipo “será que vou conseguir andar?” ou “quando vou
conseguir?” ou quanto tempo vou levar?.
Por que nos
esquecemos desta valiosa lição quando crescemos? Se já superamos um obstáculo
tão difícil que era levantar e caminhar livremente com as nossas duas pernas
quando ainda pequeninos com pouca força nos pés, por que desistimos diante da
primeira queda como empreendedor? Simplesmente, é questão de crença: não
acreditamos tanto quanto acreditávamos quando bebês. Na criança só existe o
pensamento vou conseguir!.
O segundo
grande desafio da criança é aprender a falar. Mais uma vez a crença e a
paciência vencem a batalha. É verdade que contamos com a ajuda dos nossos pais
para vencer esta batalha. Como aprendemos a falar? Ouvindo, ouvindo, ouvindo,
tentando falar, repetir, repetir até dominar a arte de falar.
Aprendemos que
o que fala, as palavras que usamos fazem as coisas acontecerem. Antes precisava
chorar para chamar a atenção dos pais. Agora podemos falar para conseguir o que
queremos. Basta falar para aparecer o objeto que deseja. Incrível: a palavra
cria as coisas que desejamos. Basta usar a palavra correta para conseguir o que
deseja.
O segundo
desafio que o empreendedor precisa aprender também é falar. Falar aos seus
clientes o que eles querem ouvir: algo que satisfaça as suas necessidades. Como
conseguir entender os clientes? Ouvindo, ouvindo, ouvindo, tentando entender o
que eles estão falando, necessitando. Repetir, repetir, repetir até
conseguirmos produzir produto ou serviços que atendam às expectativas dos
nossos clientes.
O empreendedor
precisa falar para os funcionários para que eles produzam e ajam de acordo com
o seu pensamento, seu desejo. Mas muitas vezes esquecemos da lição de quando
éramos criança, e não falamos, não transmitimos corretamente o que desejamos
aos funcionários, fornecedores e clientes. Utilizamos palavras não apropriadas
e até erradas, que acabam criando situações confusas, conflitantes e
desconfortáveis.
O terceiro
desafio da criança é aprender a compartilhar. A família aumentou, e chegaram
novas companhias: seus irmãos, suas irmãs. Compartilhar espaço, compartilhar
brinquedo, compartilhar a atenção dos pais, dos tios e das tias. Além de
compartilhar precisou aprender a brincar com outras crianças, e viu que era
mais divertido.
O terceiro
desafio do empreendedor é aprender a compartilhar a empresa. A empresa cresceu,
tem mais funcionários, mais fornecedores. O espaço ficou pequeno, tem mais
departamentos. Tem que dar atenção a todos, precisa aprender a trabalhar com
várias pessoas. Precisa descobrir que é divertido e desafiador gerenciar um
grande número de pessoas.
Podemos
enumerar várias outras experiências já vividas como criança, que poderiam ser
muito úteis no dia a dia do empreendedor. Não foi em vão que Jesus disse:
“Sejam como crianças para entrarem no Reino dos céus”. Evidentemente, ser
criança não quer dizer ser infantil. É ser criança mentalmente, forte, alegre e
feliz. É ouvir a voz da criança interior, confiar, ouvir mais, persistir, ser
flexível, estar aberto a novas informações, querer aprender novas formas. Viva
o Dia das Crianças!
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