Há mudanças que, à
primeira vista não se consegue perceber a causa e, menos ainda as consequências
que delas advirão. Mas tudo tem sua razão de ser. Quando se descobre o porquê
do acontecido, torna-se evidente a lógica do ocorrido. Foi o que sucedeu em Roma,
ano 63 a.C.
Os historiadores do
Império Romano se espantavam ao observar os profundos contrastes ocorridos na
gloriosa época de Augusto. Caio Júlio César Otávio Augusto chegou ao poder
acompanhado de acontecimentos felizes, embora as mais altas mentalidades da
antiga República não acreditassem no seu triunfo.
Aliou-se aos
conjurados que haviam assassinado seu pai adotivo, Júlio César, para lutar
contra a usurpação de Marco Antônio. Esta decisão abriu-lhe inesperados
caminhos.
Iniciou-se uma era
de Paz. Os carros de triunfo não mais devastavam cidades e aniquilavam povos.
O imperador, embora
jovem, enérgico e magnânimo, era franzino e doente, relata o Espírito Humberto
de Campos no livro Boa Nova, psicografia de Chico Xavier, editado pela FEB,
pela primeira vez, em 1940. Obra da qual transcrevemos alguns fragmentos.
Infortúnios ocultos
assolavam a vida pessoal de Augusto. Ele que era o restaurador das tradições
mais puras da família, teve que exilar a única filha e a neta devido à vida de
escândalos na Corte.
A mulher que
era sua esposa e a quem dedicava profundo amor, envolvia-se em questões de
envenenamento, na intimidade do lar.
Embora os tormentos
do soberano, forças estranhas traziam harmonia e júbilo à vastidão de seus
domínios, àquela época.
Conta o autor
espiritual que a aproximação da esfera do Cristo à Terra envolvia a todos em
vibrações renovadas de Amor e Paz.
O reinado de
Augusto passou à História como uma das épocas mais brilhantes da humanidade.
Houve grande valorização das Letras e das Artes. “Em toda parte lavravam-se
mármores soberbos, esplendiam jardins suntuosos, erigiam-se palácios e
santuários”. A valorização da inteligência através de leis e decretos de
justiça e harmonia resultava em um oceano de paz inigualável.
O século de Augusto
foi povoado por vates da envergadura de Vergílio, Horácio, Ovídio, Salústio,
Tito Lívio e Mecenas. Expressões da renovação cultural do Planeta.
Os historiadores
não perceberam que era não só a época de Augusto, mas o século do Evangelho que
implantava para as almas sedentas, a Boa Nova nascente.
Nos processos
reencarnatórios desse período, não havia espaço para o retorno de espíritos
belicosos como Alexandre ou Aníbal, mas sim para os que vestiam andrajos de
pescadores, para servirem de alicerce à instituição do Reino de Deus,
preparando a vinda do Governador Espiritual do Planeta. Iria chegar à Terra o
Sublime Emissário, para ensinar sua lição de verdade e de luz, que se
espalharia pelos séculos como chuva de bênçãos.
O Messias prometido
em antigas revelações chegou entre hinos e perfumes da natureza, sob a
claridade de uma estrela, expressão da Espiritualidade Superior a guiar reis e
pastores à manjedoura humilde.
Desempenhou sua
sublime missão entre a alegria dos necessitados e a arrogância perseguidora dos
grandes da sua época, entre a profusão de fenômenos mediúnicos esplendorosos.
Da transformação química, a restauração
celular e ação direta sobre os fenômenos da natureza tudo se encaixava nas
profecias anunciadas, que os maiorais não souberam decodificar, aceitar e
entender.
Retornou ao Reino
da Ventura entre ladrões, na cruz infamante que transformou na mais poderosa
logomarca de todos os tempos. Sua mensagem permanece.
Seu chamamento ecoa por todos os corações que
anseiam pela renovação, por um mundo melhor.
Ao conferir ao
apóstolo bem amado a luminosa visão da Jerusalém Libertada, conforme
narram as profecias do Apocalipse, firmou, mais uma vez a chave da aliança libertadora
das consciências.
Jesus e João, para
todo o sempre, representam o encontro do Amor com a Verdade.
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