Dia destes fui a
uma festa de Bodas de Ouro. Uma celebração de 50 anos de um casal que vive
junto a todo este tempo. Fiquei pensando que, anteriormente, só tinha ido uma
vez a uma comemoração de meio século de um relacionamento, tamanha raridade que
este tipo de evento tenha se tornado hoje em dia. Porque sim, é bastante tempo
juntos e, portanto, um tanto inusitado que se possa ter este motivo para um
festejo em tempos onde reina o casa-e-descasa.
Entre uma dança e
outra, me peguei pensando, mas o que faz um casal ficar junto todos estes anos?
No cerimonial, uma amiga dos cinquentenários, falou sobre união, amor,
parceria, comprometimento, família, cumplicidade. E os dois, muito emocionados,
agradeceram a presença dos filhos, família e também dos inúmeros amigos que ali
se encontravam para compartilhar aquele momento de intensa felicidade e júbilo.
Era visível o quanto estava sendo importante
participar a conquista e a alegria da ocasião com quem acompanhou, de um jeito
ou de outro, aquela relação.
De alguns anos pra
cá, muito tem se falado na falência da instituição casamento e que as pessoas
tem desacreditado nos frutos de uma convivência saudável, produtiva e promissora.
De fato, desde que as pessoas não se contentaram mais a viver sua vida ao lado
de quem deixaram de gostar, de amar ou de admirar, uma onda de separações foi
“permitida”.
Para que aqueles sedentos por uma trajetória mais gratificante e
salutar, o mundo passou a aceitar os descasamentos como algo que também faz
parte da vida, diminuindo o tamanho desta notícia, ainda que ela sempre renda
um caldo.
A partir disto,
veio uma avalanches de divórcios. Por um motivo qualquer as pessoas foram
evitando o exercício da arte de viver junto em defesa do individualismo ou do
pular de galho em galho, trocando de relacionamento como quem troca de roupa.
Tudo isto com um sentimento de não conseguir sobreviver as aventuras e os
investimentos de uma relação.
Não necessariamente,
devemos avaliar o sucesso de um casamento pelo tempo que ele durou. Sim, pode
ser um dos fatores, porém não o mais importante.
Mas que ele diz
algo do casal que consegue esta façanha e se dispõe a comemorar com toda
felicidade do mundo, ah isto diz! Afinal, como poetizou Vinícius: “que não seja
imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.
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