Loira, olhos verdes, curvas estonteantes, bumbum
arrebitado, 33 anos de idade. O bastante para o deputado estadual e presidente
do PMDB de Goiás, Samuel Belchior, uma estrela em ascensão no cenário político
estadual, ser seduzido. O encanto terminou na Operação Miqueias, executada pela
Polícia Federal (PF), em setembro último. Mais um exemplo que revela que sexo e
poder constituem, na História, uma ‘mistura explosiva’.
Casado com Darcy Vargas, Getúlio Vargas, o homem da
revolução de outubro de 1930 que mandou e desmandou no Brasil de 1930 a 1945 e,
depois, de 1950 a 1954, e que entrou para a história ao montar o Estado
Nacional e suicidar-se no mês de agosto, vivia enrolado em casos extraconjugais.
Integrariam a relação de supostas amantes do gaúcho de São Borja, Aimeé Soto
Mayor Sá, Virgínia Lane e há quem aponte ainda Adalgisa Nery.
Henry Kissinger afirma que o poder seria
afrodisíaco. Arquiteto do Plano de Metas, 50 anos em 5, o pé-de-valsa Juscelino
Kubistcheck subiu ao altar com dona Sarah Kubistcheck, mas trocava de amantes
como quem muda de roupa. O então presidente da República, construtor de
Brasília (DF), no Planalto Cetral, viveu um ‘tórrido romance’ com a
socialite Lúcia Pedroso. Bruxo da reabertura, Golbery de Couto e Silva teria
usado um diário para chantagear Sarah Kubistcheck.
O “documento”, com detalhes picantes de suas
aventuras amorosas, estava no carro onde morrera o ex-presidente da república.
A estratégia da ditadura civil e militar era suspender as investigações sobre a
morte de JK, ocorrida no ano de 1976. Ex-ministro do Trabalho, João Pinheiro
Neto contou em Bons e Maus Mineiros & outros brasileiros (1995), Editora
Mauad, que certa vez JK fingiu uma crise de apendicite para esconder o tiro que
supostamente levara de um marido traído.
Quase um santo para a mídia tupiniquin, Tancredo
Neves, morto em 1985 e sucedido pelo bigode José Sarney, deixou rastros de
traição espalhados na poeira do tempo. Da história. Ele receberia o seu affair
à Rua Rodolfo Dantas, Rio de Janeiro (RJ). Ela atendia pelo nome de Maria
Cecília Serran. João Pinheiro Neto informa que a suposta amante era loura,
bonita e possuía dons mediúnicos. “Gostava de se vestir de branco, adepta à
proteção de Iemanjá e de exibir jóias caras”, relata o autor.
Myrian Abicair: esse era o nome da amante de
João Baptista Figueiredo. Trata-se do último general-presidente a ocupar o
Palácio do Planalto. Aquele mesmo que dizia preferir o cheiro de cavalo ao do
“povo” e que, ao deixar o poder, pediu que lhe esquecessem. Ela era uma
empresária de sucesso, que relata ter frequentado o circuito Rio de Janeiro,
São Paulo e Brasília, a capital da República. “Saí do casamento de mãos
abanando, por pura opção”.
Tereza Collor, morena de pernas torneadas,
boca carnuda, olhos enigmáticos e cabelos lisos e negros, teria
sido um dos motivos que levaram Pedro Collor a denunciar à revista Veja,
semanal de maior tiragem no Brasil, o irmão de sangue que virara presidente da
República, Fernando Collor de Mello, com a bandeira de “caçador de marajás”.
Direto de Alagoas para Brasília. É que ele teria se ‘insinuado’ para a cunhada.
Um sessentão divorciado dono de um topete único,
Itamar Franco, o político de Juiz de Fora (MG) que subiu a rampa do
Palácio do Planalto com o impeachment e a renúncia de Fernando Collor de Mello,
após escândalo de corrupção e uma barulhenta Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, foi flagrado com uma modelo e sambista,
sem calcinha, no carnaval do Rio de Janeiro. Era Lilian Ramos. A imagem virou
um escândalo mundial. Itamar Franco, porém, nem ligou.
– Rameira, ponha-se daqui para fora!
Assim o então senador da República, em 1991, ícone
do PSDB, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (SP) se dirigiu à jornalista da
TV Globo, Mirian Dutra, uma catarinense com poder de sedução. FHC, que se
tornaria presidente da República e que aprovaria a reeleição, seria o suposto
pai do filho da repórter. O abacaxi é que ele era casado. Aliás, muito bem
casado com a respeitada, no circuito acadêmico, antropóloga Ruth Cardoso. Desde
o ano de 1952. A mídia abafou o caso por anos e anos.
Ditadores pulavam a
cerca
Benito Mussolini, o fascista que dirigiu a Itália,
adorava sexo. A sua amante mais famosa foi Ida Dalser. Nascida em 20 de agosto
de 1880, ela vendeu as suas propriedades para financiar o jornal Il Popolo dell’Italia.
O veículo deu sólida reputação ao Duce. Ao final da segunda guerra mundial,
Mussolini foi executado ao lado de sua nova amante, Clara Petacci.
Apesar de não pensar apenas em sexo, John
Fitzgerald Kennedy, celebrado presidente dos Estados Unidos morto em Dallas, no
turbulento ano de 1963, com um tiro na cabeça, casado com a bela e elegante
Jacqueline Kennedy, entrou para a história por seu voraz apetite sexual.
Até Marilyn Monroe, atriz, cantora e modelo norte americana, passou por sua cama.
Tempos depois, o democrata Bill Clinton, amigo do
ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, quase foi apeado do poder
da Casa Branca (sede do poder executivo dos Estados Unidos) por ter mantido
“relações impróprias” com uma estagiária: Monica Lewinski. Um escândalo entre
charutos e esperma. Nitroglicerina pura. Os republicanos deliravam.
México
Nascido em Yanovka, Ucrânia, sob o nome de Liev
Davidovich Bronstein, ele, já como Leon Trotsky, dirigiu a revolução de outubro
de 1917, na Rússia, denunciou a destruição da democracia e do socialismo na
extinta União Soviética, acabou no exílio do México. Mesmo casado com Natasha
Bronstein, arrumou tempo para traí-la, aos 60 anos, com Frida Khalo, mulher de
Diego Rivera.
Número 1 do socialismo soviético, o advogado
Vladimir Yilich Ulianov, Lênin, era casado com a comunista Krupskaia, mas
adorava também casos extraconjugais. O grande amor da vida do moralista Lênin
não foi, porém, Elizabeth K e sim a francesa Elisabeth d’Her-benville Armand,
mais conhecida como Inessa, informa o editor-chefe do jornal Opção, Euler de
França Belém.
Revolução
Que Fidel Castro e Che Guevara adoravam mulheres, o
Brasil sabe. Agora, que o guerrilheiro comunista, filho de pai italiano e mãe
negra de descendência Haussá, Carlos Marighella, já casado com Clara Scharff,
também vermelha, manteve relacionamento estável com Zilda Xavier Pereira, da
Ação Libertadora Nacional (ALN), foi revelado apenas no ano passado pelo
jornalista Mário Magalhães, em Marighella – O Guerrilheiro que Incendiou o
Mundo (2012), Companhia das Letras. (R.D.)
Comente este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário