Antes da chegada do horário de verão

Dentro de dez dias milhões de brasileiros passarão a conviver pelos próximos quatro meses com a edição 2013/2014 do horário de verão. No dia 20 de outubro os relógios terão de ser adiantados em uma hora, o que resulta em perder, inicialmente, 60 minutos no descanso da noite e começar a trabalhar mais cedo. Para alguns, a mudança nada representa à rotina do dia a dia, enquanto para outros costuma ser um drama. Cada organismo reagindo do seu jeito.

A principal dica dos especialistas a quem não assimila o horário de verão é iniciar a adaptação de forma antecipada. Ouvido pela Agência Brasil, o especialista em transtornos do sono e professor adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Raimundo Nonato Delgado Rodrigues, lembra que a atenção deve ser redobrada às crianças, aos idosos e àquelas pessoas que não podem ter seu rendimento funcional reduzido durante o dia.

Sua dica é acordar 15 minutos mais cedo durante três dias, depois passar para meia hora durante mais três dias, depois para 45 minutos, até chegar a uma hora de adiantamento. Esse planejamento do corpo fará com que, ao chegar o dia 20 de outubro, a pessoa não sinta absolutamente qualquer diferença.

O especialista, porém, não poupa críticas à mudança criada pelo governo para poupar energia elétrica no período de maior consumo. Rodrigues considera o adiantamento do relógio um atentado à saúde da população. “Eles tentam adiantar o horário para que se poupe energia, mas a gente nunca vê uma justificativa nem um relatório convincente ao final do período e a gente repara na quantidade de pessoas que sofrem ao acordar uma hora mais cedo”, diz.

A nova edição, nesta temporada até o dia 16 de fevereiro de 2014, irá valer para todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Tocantins, que aderiu no ano passado, foi excluído novamente este ano, assim como a Bahia, que adotou o horário em 2011 e também ficou fora.

O governo aposta no relógio porque acredita no resultado que a antecipação em uma hora proporciona ao sistema nacional de energia elétrica. Na edição 2012/2013 o horário de verão gerou uma economia de 4,5% no período de pico (das 18h às 21h) nas unidades federativas em que foi implementado.

Não é uma novidade o país fazer uso dessa estratégia. A primeira vez em que ela foi instituída foi em 1931/1932, quando Getúlio Vargas era o presidente. A ideia de adotá-la nesta época do ano é para explorar de forma eficiente a luminosidade e os dias mais longos - por causa da posição da Terra em relação ao Sol -, reduzindo assim o consumo de energia nos horários de grande demanda.

DP.

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