O ritmo de inovação, impulsionado por
novas tecnologias, atingiu recentemente uma dimensão inédita, gerando
oportunidades e ameaças para a sobrevivência de empresas tradicionais e
maduras. Fenômenos como mobile e facebook criaram indústrias completamente novas
desafiando modelos estabelecidos, enquanto mesmo empresas de passado inovador
falham em suas estratégias de sustentação.
Como explicar as dificuldades atuais de
outrora líderes de seus mercados, como Kodak, Nokia, Blackberry, Yahoo!, entre
outras? Vemos empresas capazes de gerar ideias e invenções geniais, porém,
falhando em aplicá-las de forma oportuna e impactante para o mercado, ou seja,
inovando. Dessa forma, veem seus modelos de negócios ameaçados por companhias
jovens, menores, ágeis e sem os paradigmas que tendem a se estabelecer
naturalmente com a maturidade das empresas.
O próprio sucesso do negócio atual traz
rejeição a mudanças e miopia, seja pela pressão da equipe de vendas ou pelo
conforto do status quo, gerando oportunidades para disrupção, muitas vezes
ignorada ou subestimada até tarde demais.
Pesquisadores da Kodak inventaram a
fotografia digital na década de 70, fato mantido em sigilo por décadas pelo
receio de que a tecnologia digital diminuísse as receitas de filme de película.
O que invariavelmente aconteceu, com a Kodak assumindo papel secundário nessa
nova indústria e culminando com o pedido de concordata em janeiro de 2012.
Curiosamente, a tecnologia de fotografia
digital que provocou a disrupção no mercado de filmes de película está sofrendo
forte disrupção, no momento atual, pelos dispositivos mobile.
Em contraponto, a Netflix tomou a ousada
decisão de investir em streaming de vídeo pela internet, sacrificando parte de
suas receitas de aluguel de DVDs pelo correio. A ousadia e o desapego
garantiram sua posição de liderança em streaming enquanto a rival Blockbuster
solicitou concordata em setembro de 2010, mantendo pouco mais de 5% das lojas
existentes no pico de sua operação em 2004.
Fica patente a necessidade de destruição
criativa, ou seja, sacrificar modelos antigos para que novos possam se
estabelecer, antes que a concorrência o faça.
Havendo a possibilidade de inovar de
forma disruptiva, o caminho mais rápido para o lançamento do produto deve ser
buscado, independentemente dos recursos utilizados, mesmo que isso sacrifique
recursos ou produtos existentes na empresa.
Presa a esse paradigma, a Nokia perdeu sua
posição dominante como fabricante de aparelhos celulares pela insistência em
utilizar o sistema Symbian, ignorando o mais avançado Android. Falhou na
inovação de produtos por insistir em manter seu sistema operacional, não
obstante ter criado na década de 90 protótipos de tablets e smartphones em seus
laboratórios de pesquisa.
O instinto de autopreservação leva ao
apego pelas ideias conhecidas em torno das quais as inovações tendem a orbitar,
diminuindo a capacidade inovadora. Ideias de impacto disruptivo requerem mente
aberta e capacidade de aprendizagem para sua implementação.
Com a proliferação de tecnologias e
recursos, como por exemplo crowdsourcing, é possível implementar novos produtos
rapidamente, em contraponto à implementação verticalizada. A Samsung utilizou
muito bem tecnologia externas como o sistema Android e a tecnologia de displays
com toque múltiplo para dominar o mercado de smartphones com 33% de
participação.
Boas ideias sem a agilidade para aplicá-las não garantem inovação, como no exemplo do Palo Alto Reseach Center (Parc), centro de pesquisas da Xerox na Califórnia. Devemos ao Parc a invenção da interface gráfica com janelas, ícones e menus e do mouse, entre muitas outras que não foram efetivamente transformadas em produtos pela Xerox.
Boas ideias sem a agilidade para aplicá-las não garantem inovação, como no exemplo do Palo Alto Reseach Center (Parc), centro de pesquisas da Xerox na Califórnia. Devemos ao Parc a invenção da interface gráfica com janelas, ícones e menus e do mouse, entre muitas outras que não foram efetivamente transformadas em produtos pela Xerox.
Foram inovadores como Steve Jobs e Bill
Gates que aplicaram as ideias vistas no Parc em produtos como o Macintosh e o
Windows.
Exemplos de que invenção é a conversão
de dinheiro em ideias e inovação é a conversão de ideias em dinheiro, como
atesta a comparação das empresas mais inovadoras com as que mais investem em
pesquisa e desenvolvimento.
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Muito bom o texto!
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