A aprendizagem social tem início na família,
primeiro grupo de que se faz parte. É um grupo organizado com hierarquia,
deveres e direitos que precisam ser respeitados. Nele o indivíduo começa a
assimilar padrões de comportamento que lhe serão úteis por toda a vida.
Na família os filhos aprenderão a respeitar as
autoridades – os pais; a trabalhar em regime de cooperação; a dividir o que é
seu e de seus irmãos. Aprenderão a desfrutar de seus direitos, a cumprir seus
deveres.
Desta forma estarão se preparando para a integração
na sociedade em que vivem, capacitando-se para respeitar os limites e direitos
de seus semelhantes.
O lar, construído com amor e respeito, é o lugar
onde os filhos são preparados para crescer no sentido da independência e de um
modo de viver no mundo exterior.
Há famílias onde vínculos e laços traduzem afeto,
simpatia. Não importa a posição no jogo ou campo de reencontro, a tônica é a
afetividade saudável, a soma de valores, o crescimento comum. São os núcleos
afins, forjados ao longo de bem sucedidas experiências através das vidas
sucessivas. Se atraem e formam ninhos de aconchego e tranquilidade.
Há famílias onde liames são correntes e as ligações
retratam antigos grilhões. Desrespeito, agressividade, inaceitação compõem as
diretrizes desse núcleo jaula. A atração resulta da fatalidade evolutiva. Chega
um momento em que se deve estar a caminho com antigos desafetos, na tentativa
de desfazer enganos e desenganos.
Os seres humanos são irmãos pela paternidade de
Deus – pai de todos. Constituem uma só família e deveriam se relacionar movidos
por amor fraternal e solidário, que um dia acontecerá.
Por enquanto através de ensaio e erro associam-se
pela consanguinidade. Grupos que estando em falta um com o outro são levados a
formar uma família nuclear, onde pai, mãe e filho se reúnem para aprender
respeito mútuo, compartilhando teto, cama e mesa, usando sobrenome comum, cada
um resguardando e honrando a própria linhagem. Não há, como se vê, casualidade
nessa associação.
Ela se forma
segundo as necessidades de solver pendências deixadas para trás. Elas são
devidas ao mal que se praticou ou ao bem que se deixou de fazer a quem se podia
socorrer. Foram postergados compromissos assumidos e não cumpridos que ficaram
rolando, aguardando solução.
Não é à toa que se nasce parente. É nova
chance que surge para ver se dessa vez dará certo. Se não der, tudo recomeçará,
seja comédia ou tragédia; drama psicodélico, ou roteiro tradicional, com os
mesmos atores em papéis diferentes, por vezes trocados: quem foi pai poderá vir
como filho ou filha. Os cônjuges trocam de lugar, sendo que ela poderá vir como
ele e vice-versa.
Até parece engraçado, se não fosse tão sério. Tudo
regido pela lei de Causa e Efeito considerando que a criatura é livre para
agir, mas é totalmente responsável por seus próprios atos, pelos quais
responderá.
O lar é o palco onde se está sujeito a receber
flores e dores. É onde acontecem lágrimas e risos em situações imprevisíveis,
em ações tragicômicas.
As lágrimas poderão ter diferentes origens. São
expressão de sofrimento para uns e sinal de alegria ou fraqueza para outros. Há
quem chore cansado e oprimido ou por desencanto ante desenganos, chantagens e
vinganças. Há os que derramam lágrimas de contentamento pelas benesses do feliz
reencontro. Cada um tem seus motivos para expressar doces emoções ou para fugir
do sufoco.
O avarento chora quando deixa de ganhar. O
altruísta pela divisão dos bens.
O sentimental choraminga vendo filmes ou só de
lembrar do objeto de suas afeições ou decepções. Há os que sofrem com as injustiças
que ocorrem nas novelas prejudicando famílias ou seus atores preferidos. Há os
que se emocionam com o sorriso dos bem-amados e se desdobram compondo e
nutrindo leais parcerias.
Em qualquer
enfoque, antropológico, psicológico ou espiritual e transcendente, a família é
a “oficina do convívio”. Somos sem dúvida, seres emocionais.
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