Não
espere nada de 2014. Será um ano eleitoral, para o país escolher o novo
presidente. Será um ano esportivo, com o Brasil mergulhado, até o início do
segundo semestre, na Copa do Mundo. E será um ano de controle intenso da
inflação por parte do governo, para que a alta nos preços não dispare e não
comprometa a campanha de quem está no poder.
Os
especialistas referem-se aos anos eleitorais como “anos mortos”. Nenhuma medida
de impacto costuma ser anunciada, assim como toda decisão impopular é deixada
de lado.
E dentro
desse cenário neutro, a nação precisaria justamente caminhar no sentido oposto.
Passar por decisões que revertessem o pífio crescimento econômico. A imagem do
Cristo Redentor em queda livre e descontrolada, usada pela revista britânica
The Economist para ilustrar a reportagem sobre a apatia do governo em tomar as
decisões certas, ilustra o que foi chamado de “o voo da galinha”.
O
país vacila na hora de crescer e não faz as reformas estruturais mais
importantes.
A revista
fez críticas pontuais: o país “pode ter estragado tudo"; "O Brasil
tem feito muito pouco para reformar o estado nos anos de bonança";
"Embora seja um país jovem, o Brasil gasta parte importante de sua renda
em aposentadorias, como nos países do sul da Europa, onde a proporção de idosos
é três vezes maior"; e "Por outro lado, embora seja um país de
dimensões continentais e um sistema de transporte ineficiente, seu gasto em
infraestrutura é tão pequeno quanto um biquíni fio-dental."
A
reportagem não poupa a líder da nação, a presidente Dilma Rousseff, das
críticas por suas decisões durante o mandato. Além de não atacar as
deficiências, ela criou novos problemas por interferir demais na economia,
assustar e afastar os investidores. Mesmo assim, a revista afirma que ainda há
tempo para dar início às reformas mais urgentes, algo que ninguém deve esperar.
Tudo será muito morno até o ano que vem.
Em
palestra na Associação Comercial de São Paulo, o economista e ex-ministro
Antonio Delfim Netto, conselheiro da presidente Dilma na área econômica,
reconheceu que o governo perdeu credibilidade e citou The Economist.
"É uma advertência externa para nós: a
coisa está caminhando, mas preste atenção, pois existem dificuldades."
Financiamentos
questionáveis pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal, a "contabilidade
criativa" adotada para melhorar os números do governo, as intervenções malsucedidas
em portos e aeroportos, os desarranjos na Petrobras e as expectativas de
crescimento não confirmadas foram os fatores apontados por Delfim que minaram a
credibilidade do governo.
E se em três anos o que precisava ser feito
não saiu do papel, ninguém deve esperar muito de 2014.
Será um
ano de Carnaval em março, futebol em junho e julho, urnas em outubro e nenhuma
decisão importante.
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E tem gente que defende o PT e o socialismo. O pior não é isso e sim que estamos caminhando para uma
ResponderExcluircrise muito pior do que Grécia. Mas o povo merece toda a merda que está por vir.
Ano eleitoral é ano morto! Mas ano sim ano não praticamente é ano eleitoral!
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