sexta-feira, 3 de setembro de 2021

E quando a pandemia passar?


 

Coloquei no Google: Qual a primeira coisa que você fará ao passar a pandemia? e uma cascata de sites de todo o Brasil surgiu com a mesma pergunta. Ao ler algumas das respostas, fica claro que de norte a sul os desejos são muito parecidos: matar saudades de familiares, abraçar, beijar, almoçar junto e comemorar misturam-se à vontade de voltar a viajar, caminhar pela cidade, reunir amigos em um bar, praticar esportes coletivos, ir à praia, cinema, estádios de futebol, shows.

Sabe o que isso me lembra? Aquelas ocasiões em que falta luz justamente quando estamos no chuveiro. Todas as vezes anteriores, durante o banho, a energia elétrica estava lá, a água estava agradável e sequer valorizamos a sua presença. Mas, como no exemplo acima, a ausência foi obviamente notada e lamentada. Não te parece que as respostas das pesquisas estão na mesma linha? Tudo isso que é desejado agora era possível de ser feito antes da pandemia, porém, o excesso de trabalho, o cansaço ou a rotina nos impedia ou limitavam-nos de realizá-los.

Cumprimentos, muitas vezes por obrigação, à distância e por mensagens, almoços em que muitas vezes ranços antigos entre familiares terminavam em discussões à mesa; esbarrões de ombros em shoppings, filas de cinema ou estádios eram só mais um incômodo quando se caminhava por esses locais. De repente, queremos tudo de volta imaginando que será diferente.

Mas não será diferente se voltarmos os mesmos. O que aprendemos com tudo o que percebemos durante esse período? A natureza não dá saltos; quem sempre foi grato, quem valorizava a empatia, respeitava o próximo, manifestava atitudes de bons modos e de educação, voltará como era. Quem sempre fez tudo ao contrário está tendo uma grande oportunidade de transformar-se para melhor.

Em que grupo nos encontramos? Essa é uma das tantas reflexões que precisamos fazer para podermos perceber que não será por mágica que poderemos voltar a fazer aquilo que tanto desejamos quando isso passar. Muito além de desejos, será por atitudes para a reconstrução de um novo momento — amadurecido à força para alguns — que haverá a transformação.

Quanto estamos dispostos a mudar? Sabemos o que queremos/precisamos mudar? Buscar nos dias de hoje formas de autoconhecimento nos dará condições para bem enfrentarmos as transformações que seremos forçados a aceitar em todos os campos: no trabalho, na família e na sociedade. Se muitas coisas serão diferentes, quando isso passar, não poderemos continuar sendo os mesmos. A psicoterapia pode nos auxiliar nessa transformação.

Fonte:César A R de Oliveira

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