Gatos que caem com
as patas para baixo, lagartixas que conseguem andar perfeitamente pelo teto,
elefantes que se comunicam a quilômetros de distância, aranhas que controlam a
eletricidade estática… Bom, esses são apenas alguns exemplos surpreendentes de
como a física age sobre diversos animais, oferecendo vantagens adaptativas ou
colaborando com sua sobrevivência em todo tipo de ambiente. Mas como esses
animais, que não entendem absolutamente nada de ciência, conseguem usar essas
artimanhas a seu favor?
Apesar de existirem
inúmeras espécies, grupos e indivíduos com propriedades distintas, com muitas
delas ainda sendo desvendadas e estudadas por especialistas, a física se aplica
de forma universal a todos os corpos vivos, porém sendo capaz de favorecer
seres com vantagens anatômicas em situações específicas, mesmo que não haja a
consciência sobre de que forma as forças naturais podem agir. Assim, animais
passam a entender o suficiente sobre como devem se movimentar, comunicar, caçar
e realizar outras ações a partir de repetição, resultado e instinto.
(Fonte: The Ethogram/Reprodução)
Como exemplo do
impacto da física, as cobras-vermelhas de
Manitoba (Canadá), se revestem com produtos químicos — feromônios — para
enganar seus adversários e conseguir roubar calor em regiões de baixa
temperatura, enquanto esquilos conseguem concentrar radiação infravermelha em
suas caudas e enganar predadores capazes de detectar a frequência, já que
enxergam apenas uma “cauda de calor saltitante”. Já nos cães, a água desaparece
de seus pelos rapidamente após uma brusca sacudida de corpo, quando o pet gira
sua espinha dorsal, aumenta a concentração de energia e fazem o líquido
acumulado evaporar.
A teoria unificada construtiva
Concebida em 1996
pelo físico Adrian Bejan, a teoria construtiva esclarece que os sistemas
motores de fluxo evoluem de modo a minimizar as imperfeições, a fim de eliminar
a menor quantidade possível de energia útil. Essa
ideia seria aplicável a tudo que se move, e sugere uma poderosa abordagem analítica
para descrever o movimento e de que forma as ações corporais podem contribuir
para a sobrevivência animal em várias situações do nicho ecológico.
“A partir da física
simples, baseada apenas na gravidade, densidade e massa, você pode explicar
dentro de uma ordem de magnitude muitas características sobre voar, nadar e
correr”, disse o professor de biologia, James Marden, da Universidade Estadual
da Pensilvânia (Estados Unidos). “Não importa se o animal tem oito pernas,
quatro pernas, duas, ou mesmo que saiba nadar sem pernas.”, afirma Marden.
(Fonte: Twitter — Sea and
Me/Reprodução)
A teoria, que
funciona como uma grande pesquisa sobre a evolução animal, consegue esclarecer relações universais
entre a massa corporal e a velocidade dos animais, bem como a frequência e a
força dos passos, batidas ou ondulações que impulsionam seus corpos para a
frente. Assim, os princípios, aplicados universalmente nos corpos, sofrem
impactos das características de design e biomecânica, além de
fatores condicionados à seleção das espécies.
Essas
peculiaridades, apenas algumas das muitas que existem no reino animal, são
detalhes interessantes que estimulam o incentivo aos estudos na área,
apresentando um grande catálogo de feitos curiosos que podem gerar novos
conhecimentos sobre adaptabilidade nos ecossistemas.
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