quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Você faria o mesmo que Tiago Leifert? A resposta não é tão simples quanto parece

 

Decidir parar mesmo quando já se conquistou tudo é difícil para muita gente. Fazer isso com um mundo inteiro a ser conquistado é um ponto fora da curva.


Eu sei que muito provavelmente você abriu este texto já com uma opinião em mente: "Ah, com o tanto de dinheiro que ele acumulou nos últimos anos, é fácil demais resolver 'dar um tempo'". Sim, ele não tem que se preocupar com contas a pagar. Mas não é por aí que quero conduzir essa conversa.

A história da humanidade prova que, via de regra, somos insaciáveis. E, justamente por isso, evoluímos. É o desejo contínuo por mais que nos move enquanto espécie. Caso contrário, talvez até tivéssemos inventado a roda, mas estaríamos até hoje a usando simplesmente para mover carroças.

Quantos outros homens milionários pararam a carreira no auge para se dedicar à família? Caso encontre alguns, talvez consiga contar nos dedos de uma mão. Esse é um ponto.

Mas olhemos para você, não milionário. Imagine que no auge da carreira se encontre diante da seguinte bifurcação:

Caminho A: muito trabalho, pouco tempo para a família, mas grandes chances de, lá na frente, conquistar uma vida bem melhor;

Caminho B: paz e tranquilidade, uma vida estável e previsível, um salário que paga as contas e provê o básico sem exigir que você faça grandes sacrifícios na vida pessoal.

Reservadas as proporções, muitos de nós somos impelidos frequentemente a tomar decisões como a de Tiago Leifert. Esqueça os milhões que ele tem na conta. Concentre-se nos sonhos, nas ambições, no desejo de alcançar o próximo degrau que você já sabe que consegue alcançar, pois é disso que se trata. Concorda comigo que a decisão não é simples?

Cada um tem sua régua e toma decisões com base nela, principalmente quando o assunto é carreira.

O objetivo real nunca é simplesmente ganhar dinheiro suficiente para nunca mais ter de se preocupar com contas a pagar. Se assim fosse, a Rede Globo não teria mais nenhuma de suas estrelas no ar. Os clubes de futebol da Europa não entrariam mais em campo. Cantores pop não subiriam mais aos palcos.

Decidir parar mesmo quando já se conquistou tudo é difícil para muita gente. Fazer isso com um mundo inteiro ainda a ser conquistado é um ponto bem fora da curva.



Tiago Leifert é um maluco, então?

Erasmo de Roterdã, em seu clássico "Elogio à Loucura", diz que sem um pouco de insanidade nada acontece (não foram bem essas as palavras, mas a ideia é por aí). Mas acho que nem é esse o caso de Tiago Leifert. Pelo contrário, vejo um movimento muito consciente e seguro. Justamente na hora em que a Globo faz sua mais drástica dança das cadeiras, sair do jogo não seria abrir mão do que provavelmente seria sua melhor oportunidade? Talvez, sim. Mas quem disse que para ele o significado de "a melhor oportunidade" é o mesmo que para nós?

Essa decisão tomada me deu a impressão de segurança. Segurança a respeito do próprio talento, da visão de longo prazo que tem para a própria carreira, do que considera importante na vida. Pense nisso.

A propósito, comprovando a capacidade de mobilização do caso e do tema em questão, uma série de enquetes promovidas pelo perfil do Administradores no Instagram (@administradores), no domingo (12), recebeu cerca de 20 mil respostas para cada pergunta: 78% dos seguidores respondentes afirmaram que fariam o mesmo no lugar de Leifert; 96% consideram que a atitude do apresentador representa coragem (enquanto para 4%, foi um ato de fraqueza); e 92% reconhecem que o episódio os ajuda a repensar seus objetivos de vida.

Administradores.com.

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