segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Lidar com transtornos mentais de forma empática e sem preconceitos faz toda a diferença


Sabe aquele seu amigo, parente ou conhecido que gosta de dividir com você o que ele está sentindo? Talvez você não leve muito a sério o que ele diz. Ou acredita que enchê-lo de conselhos e críticas é a melhor forma de apoiá-lo.

Por mais que alguém adote essa postura de forma bem-intencionada, interagir assim pode prejudicar quem está enfrentando um transtorno mental.

É uma situação delicada, que exige cuidados e orientações bem específicas. Entendê-las é fundamental para evitar o agravamento da situação. E, quem sabe, revertê-la.

Porque falar pode, literalmente, mudar tudo.


Conhece uma pessoa que parece estar sempre irritada, triste ou ansiosa? Antes de julgá-la ou evitá-la, pense que ela pode estar sofrendo muito. E com dificuldades para se abrir a respeito.

Muitas vezes, isso acontece por falta de interlocução. A compreensão dos transtornos mentais ainda sofre com preconceitos e falta de informação.

Quem os enfrenta precisa se sentir seguro e acolhido para falar abertamente sobre aquilo que sente. E quem escuta deve ouvir e apoiar, jamais criticar ou menosprezar.

Esse cuidado é ainda mais importante em tempos de pandemia. Muita gente passou, e ainda está passando, por perdas e traumas. Também sentem medo e insegurança. É um impacto psicológico imenso, que deve ser aceito e compreendido, em vez de ignorado ou "escondido".

Ir ao psiquiatra é algo bem mais comum hoje do que há algumas décadas. Certas ideias equivocadas, entretanto, persistem.

Psiquiatra não é "médico de louco". É o profissional capaz de diagnosticar o transtorno mental e definir os melhores caminhos para tratá-lo.

Talvez apenas a psicoterapia, entre outras alternativas que não envolvem medicamentos, seja suficiente. Mas, caso seja necessário usá-los, também não há motivos para medo ou vergonha.

Os medicamentos psiquiátricos avançaram muito. Também estão mais diversificados, com opções voltadas para diversos tipos de transtornos. Com o acompanhamento médico adequado, podem fazer uma enorme diferença na vida no paciente.

É comum o temor de que a medicação irá "mudar a personalidade" ou a vida da pessoa para a pior. O que muitas vezes acontece, porém, é o inverso: isso ocorre, em grande parte, pela falta de tratamento.

Apenas o profissional habilitado saberá lidar com todas essas variáveis. Se você acha que está com um transtorno mental, procure um deles. E, se você suspeita que alguém está sofrendo, estabeleça uma relação empática com a pessoa. Você não só pode ajudá-la a conseguir ajuda profissional, como se oferecer para acompanhá-la até o local da consulta.

Também tome cuidado com palavras e temas "gatilhos", capazes de despertar crises.

Enfrentar os transtornos mentais começa com pequenos passos. Mas suas consequências podem ser enormes. Faça sua parte nessa jornada com cuidado e carinho.

Agradecimento especial a Dra. Giuliana e Dr. Neury que chancelaram e contribuíram com este conteúdo.

 

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