Sabe aquele seu amigo, parente ou conhecido que
gosta de dividir com você o que ele está sentindo? Talvez você não leve muito a
sério o que ele diz. Ou acredita que enchê-lo de conselhos e críticas é a
melhor forma de apoiá-lo.
Por mais que alguém adote essa postura de forma
bem-intencionada, interagir assim pode prejudicar quem está enfrentando um
transtorno mental.
É uma situação delicada, que exige cuidados e
orientações bem específicas. Entendê-las é fundamental para evitar o
agravamento da situação. E, quem sabe, revertê-la.
Porque falar pode, literalmente, mudar tudo.
Conhece uma pessoa que parece estar sempre
irritada, triste ou ansiosa? Antes de julgá-la ou evitá-la, pense que ela pode
estar sofrendo muito. E com dificuldades para se abrir a respeito.
Muitas vezes, isso acontece por falta de
interlocução. A compreensão dos transtornos mentais ainda sofre com
preconceitos e falta de informação.
Quem os enfrenta precisa se sentir seguro e
acolhido para falar abertamente sobre aquilo que sente. E quem escuta deve
ouvir e apoiar, jamais criticar ou menosprezar.
Esse cuidado é ainda mais importante em tempos de
pandemia. Muita gente passou, e ainda está passando, por perdas e traumas.
Também sentem medo e insegurança. É um impacto psicológico imenso, que deve ser
aceito e compreendido, em vez de ignorado ou "escondido".
Ir ao psiquiatra é algo bem mais comum hoje do que
há algumas décadas. Certas ideias equivocadas, entretanto, persistem.
Psiquiatra não é "médico de louco". É o profissional capaz de diagnosticar o transtorno mental e definir os melhores caminhos para tratá-lo.
Talvez apenas a psicoterapia, entre outras
alternativas que não envolvem medicamentos, seja suficiente. Mas, caso seja
necessário usá-los, também não há motivos para medo ou vergonha.
Os medicamentos psiquiátricos avançaram muito.
Também estão mais diversificados, com opções voltadas para diversos tipos de
transtornos. Com o acompanhamento médico adequado, podem fazer uma enorme
diferença na vida no paciente.
É comum o temor de que a medicação irá "mudar
a personalidade" ou a vida da pessoa para a pior. O que muitas vezes
acontece, porém, é o inverso: isso ocorre, em grande parte, pela falta de
tratamento.
Apenas o profissional habilitado saberá lidar com
todas essas variáveis. Se você acha que está com um transtorno mental, procure
um deles. E, se você suspeita que alguém está sofrendo, estabeleça uma relação
empática com a pessoa. Você não só pode ajudá-la a conseguir ajuda
profissional, como se oferecer para acompanhá-la até o local da consulta.
Também tome cuidado com palavras e temas
"gatilhos", capazes de despertar crises.
Enfrentar os transtornos mentais começa com
pequenos passos. Mas suas consequências podem ser enormes. Faça sua parte nessa
jornada com cuidado e carinho.
Agradecimento especial a Dra.
Giuliana e Dr. Neury que chancelaram e contribuíram com este
conteúdo.
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