É fato: os governantes e os
legisladores país afora têm se esforçado bastante - ninguém pode negar - para
fazer com que o cigarro seja deixado de lado pela população. É notório: nesta
questão, trabalhar com medidas preventivas custa menos ao erário do que
oferecer tratamento às pessoas com doenças ocasionadas pela ingestão de tabaco.
Por isso, por exemplo, os impostos sobre a comercialização de cigarro têm sido
aumentados com certa frequência.
Para citar outro exemplo, as
câmaras de vereadores e assembleias legislativas de várias cidades e estados
aprovam leis restringindo o uso de fumígenos em ambientes fechados.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) também comprou esta briga. Diretores da Anvisa, por
consenso, já decidiram proibir o uso de aditivos em produtos derivados do
tabaco vendidos no país. Cada vez mais comuns entre os jovens, os cigarros mentolados
- que disfarçam o incômodo cheiro da fumaça dos produtos tradicionais - poderão
ser proibidos.
É mais um duro golpe na indústria brasileira
e, consequentemente, nos produtores de tabaco. Por mais que alguns possam
defender o setor com o argumento da geração de emprego, o caminho é sem volta:
a sociedade já não tolera mais o cigarro.
Antes, o fumante era visto como
um forte, decidido e destinado ao sucesso. Hoje, porém, a imagem que se tem
comumente sobre quem é fuma reside justamente em campo oposto, o da dependência
química.
Consciente do plano de ação das
indústrias do setor, a Anvisa, por meio de nota, deu a seguinte declaração à
imprensa: “A resolução terá impacto direto em uma das principais estratégias da
indústria para incentivar que jovens comecem a fumar, já que a adição de
substâncias, como mentol, cravo e canela, mascara o gosto ruim da nicotina e
torna o tabaco um produto mais atraente para esse público.”
A medida é importantíssima.
Espera-se que a Anvisa não a adie. Afinal, há vidas em jogo. Os jovens,
sobretudo, estão mais expostos.
Cerca de 200 mil pessoas morrem
todos os anos no Brasil em decorrência de doenças causadas pelo cigarro. É
alarmante. Nesta luta, todos devem se engajar. A educação precisa começar em
casa.
DP.
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