sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um filme levanta a questão: além da vida e depois da morte?



O cineasta Clint Eastwood e o ator Matt Damon agora atuam em algo diverso. O filme "Além da Vida" envereda pelo enigmático tema da comunicação com espíritos desencarnados, através da mediunidade do personagem George Lonegan (Damon).

Quando criança, o personagem George enfrentou sérios problemas de saúde, sendo submetido a uma cirurgia na cabeça, na parte posterior, na proximidade do cerebelo. A ciência ainda não descobriu a real finalidade do cerebelo em seu trabalho conjunto com o cérebro, superdesenvolvido.

A função prioritária do cerebelo seria atuar como ligação com o mundo do espírito, captando as intuições, enquanto o cérebro anterior é o instrumento para atuação na matéria subordinada ao espaço e ao tempo. As duas partes tiveram desenvolvimento desigual, com o fortalecimento do cérebro e o enfraquecimento do cerebelo.

Com o passar do tempo, George percebeu que podia comunicar-se com pessoas falecidas, que, por alguma razão, ficaram presas à Terra, não conseguindo prosseguir sua jornada espiritual. Mas seu irmão queria tirar proveito e só pensava em como obter vantagens com a capacitação mediúnica de George, ganhando dinheiro com o desespero dos parentes dos falecidos, ansiosos por uma comunicação.

Outra personagem de grande desenvoltura no filme é a francesa Marie Lelay (Cecile de France), que, após passar por uma experiência traumática como vítima no tsunami que atingiu a Ásia em 2004, sentiu-se impulsionada para a pesquisa dos mistérios da vida e da morte, sendo por isso mal recebida pelos amigos e colegas, pois no mundo materialista em que vivemos não sobra espaço para indagações do tipo "quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? O que nos aguarda após a morte?".

Ridicularizada, ela não desiste e dá prosseguimento às suas pesquisas, levando o público a transitar pelos obscuros caminhos da morte. No entanto, o filme falha no aprofundamento espiritualista. A obra quer penetrar nessa questão transcendental, mas não avança, deixando a dúvida pairar sobre a superfície. Os seres humanos pouca atenção têm dado ao imperativo "conhecer a si mesmo para entender a vida", sem perceber que, por isso, o viver vai se tornando austero e mecânico, e as pessoas meros bonecos sem alma.

Muitas pessoas, não suportando essa frieza brutal, se tornam dependentes de drogas, como a mãe dos gêmeos Marcus (George McLaren) e Jason (Frankie McLaren), outros dois personagens importantes do filme.

O fim romântico surpreende e agrada ao público, sempre esperançoso de que a vida nos conduza a um final feliz, mas se afasta um pouco da essência: o antes e o depois de nossa passagem pelo mundo material. No entanto, Eastwood tem na mão um atraente filão a explorar; além disso, tem capacidade e talento, além de estar na idade certa para procurar essas respostas e, como a personagem Marie, agir sem receios nem preconceitos.

O público merece uma continuação: George e Marie poderão prosseguir na saga, na busca do saber, na busca da luz da verdade sobre o enigma da vida humana e na descoberta da causa de tantos sofrimentos humanos, aparentemente inexplicáveis. Os materialistas, em oposição aos intuitivos, se prenderam ao espaço e ao tempo, mas, para alcançar o equilíbrio harmonioso, necessitamos do ser humano pleno e espiritualizado, capacitado a conectar naturalmente o mundo material ao espiritual, visando ao benefício de todos.


Por BENEDICTO ISMAEL CAMARGO DUTRA.

O que você acha disso? Acredita em vida após a morte? Comente aqui ou no dihitt.

4 comentários:

  1. Acho que todo mundo gostaria que houvesse vida após a morte porque na verdade não faz sentido que tudo se acabe para sempre. Mas ninguém sabe. Tudo é especulação. Não há provas suficientes.

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  2. O ser humano não se conforma que a vida seja só essa aqui e até por egoísmo ele tem que acreditar que tem mais depois da morte. Eu particularmente não creio nessa hipótese e simplesmente procuro viver essa que eu tenho até que chegue a minha hora de ser só saudade nos corações de quem gosta um pouco de mim.

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  3. Ainda não vi este, porém segundo o que você diz eles especulam sobre a atividade do cerebelo nesta conexão com outra realidade paralela a nossa. Do ponto de vista científico, esta teoria deixa a desejar já que o cerebelo é um órgão extremamente antigo que teve seu desenvolvimento nos primórdios da evolução, é encontrado em todos os vertebrados e tem como função o equilíbrio e coordenação.
    Acho que se querem fazer um filme deveriam pelo menos pesquisar mais.
    Vejam as palestras do Dr. Sérgio Felipe de Oliveira sobre a Glândula Pineal e mediunidade(http://www.youtube.com/watch?v=4walu-hO9fQ), parece-me que este se aproximou muito, além do que os velhos anatomistas já especulavam se a Pineal não seria a sede de nossa alma.

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  4. Eu até gostaria de acreditar na existência de vida após a morte, mas não há nenhuma indicação segurado para isso.

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