domingo, 7 de março de 2010

Mulheres de todos os dias



Amanhece. A jornada começa cedo. Não há raça nem cor. São dias que começam e terminam com suor, com ardor, com força e determinação. São dias que se esbarram no trânsito, nas papeladas do escritório, no tanque, na caminhada sob sol ou chuva, levando e trazendo as crianças, esquentando a barriga no fogão, carregando outra vida na barriga, sorrindo leve e falando suave, derramando pranto, catando papel, lavando panelas, plantando na terra, gerando sementes, decidindo nos tribunais, salvando vidas nos hospitais, ensinando nas escolas, descalças ou de salto alto... São todas mulheres... Mulheres de todos os dias, que se transpõem no tempo e no espaço.




No espelho da História, exemplos irrefutáveis de mulheres, retratos da sabedoria, do amor, da dedicação ao trabalho e à família, da maternidade à vida... Mulheres que conquistaram e são homenageadas em um dia internacional, mas que merecem ser celebradas todos os dias. À alma feminina, que pulsa e vibra fazendo vitórias das histórias de todos os dias, é inegável e imprescindível reconhecer e aplaudir: as mulheres nossas mães, companheiras, filhas, amigas e tantas outras que povoam o mundo de sua beleza universal, singular, atrevida e copiosamente elementar em nossas vidas.




Os gestos sublimes de desprendimento, de cordialidade, enfeitados por traços particulares de devoção, de graça, de uma sutil pirraça, de um disfarçado orgulho e vaidade, de simplicidade, de rostos iluminados e olhares penetrantes, de indagações constantes, de humor intrigante... Os gestos de todos os dias das mulheres de todas as horas.
Os botões se abrindo, as pétalas florindo, os jardins esculpindo, as vidas conquistando... Estações e lágrimas de chuva... Olhares de espera, sorrisos do meio-dia, a calma da noite, o cansaço do corpo, as pequenas pétalas que se desprendem e as folhas que se amarelam, o viço perdido, o tempo que não espera e vai correndo... E elas, mulheres de todos os dias ainda estão aí... com nós na garganta e apertos no peito, esculpindo o coração em detalhes, em laços e fitas, nas armadilhas da vida...
Mulheres de todos os dias... Luz da vida de tantas vidas, um sopro brando de esperança, um toque de cor e magia, um tom de alegria.
O que dizer da maior maravilha que Deus criou?




Amanhece... a jornada começa cedo, se repete em cada canto, em cada esquina... São tantos nomes e cada nome com sua cor, cada flor com seus espinhos e suas sementes, as raízes buscando a seiva que alimenta... Dia após dia...
Mulheres de todos os dias... Deus permita que seus frutos amadureçam na paz, na saúde, na perspectiva de um mundo melhor, na alegria do pão à mesa, no contentamento das mãos entrelaçadas, nos gestos de compreensão, no suor do trabalho que edifica... Deus permita que seus nobres corações, atribulados, sejam acariciados com a fé e acalentados com a doçura do existir... Pois, existir, mulheres de todos os dias, é permitir-se a dádiva da realização.

Frederico Jayme Filho .


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3 comentários:

  1. Oii William
    Que lindo o texto escolheste para homenagear as nós mulheres.Tambem concordo que todos dias são dias das mulheres e dos homens tambem.
    Bjs

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  2. Oii William
    Que lindo o texto escolheste para homenagear as nós mulheres.Tambem concordo que todos dias são dias das mulheres e dos homens tambem.
    Bjs

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  3. Willian,
    Belíssimo texto, parabenizo-o pela postagem.
    Grande abraço
    Nina

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