
A tragédia comove e mobiliza a população para a ajuda humanitária. Empurrados pelo impacto dos fatos e, principalmente, pela cobertura midiática, autoridades, instituições e pessoas solidárias enviam donativos e realizam trabalhos iniciais de socorro, ações que, no momento, confortam, amenizam as dores e o sofrimento. Mas, assim que o problema sai das manchetes, muitos esmorecem e sequer cumprem o mínimo prometido. Emagrecem a ajuda anunciada de milhões e a prestação de serviços que resolveriam os problemas das regiões afetadas. Isto se tornou um círculo vicioso.
Os governos, que arrecadam impostos da população, e as autoridades - eleitas ou de carreira - têm o dever de agir para a solução dos problemas. São elas as detentoras das verbas públicas e do poder de destiná-las. Mas, infelizmente, a maioria só é movida pelo empuxo da desgraça e, logo depois, parece esquecer de tudo. Sobram, então, as ONGs sérias e as entidades da sociedade civil, cujos idealizadores e investidores doam recursos, e muitos deles, o seu trabalho pessoal. Ao contrário das arapucas que políticos e espertalhões costumam montar para se locupletar com verbas governamentais, felizmente existem as organizações que, na medida de suas limitações, fazem um profícuo trabalho de resultados.
Como país novo e de desenvolvimento recente, se analisado sob o lapso histórico, o Brasil tem graves distorções físicas e estruturais a serem solucionadas. O regime de águas fartas vivido nas últimas décadas demonstra flagrantemente que as áreas urbanas e urbanizadas carecem de uma grande e geral revisão. Para conter a mortandade e o sofrimento de todos os anos, há de se desenvolver programas sérios e continuados que retirem os moradores das áreas de risco, recomponham a cobertura vegetal das encostas e das margens dos rios, liberem as várzeas e destinem adequadamente toda a forma de lixo produzida tanto pelo povo, quanto pela atividade econômica. É uma tarefa gigantesca que, infelizmente, até agora, não recebeu a devida atenção. Com isso, todos os dias, o país morre um pouquinho.
Além dos órgãos governamentais, a sociedade também tem suas obrigações. Muitas empresas e empresários que aqui fizeram suas fortunas e ainda ganham sua vida, além da própria atividade econômica, são conscientes e já fazem o trabalho social. Mantêm instituições de inclusão cultural, de apoio médico-hospitalar, de difusão educacional, social e outras. São as Apaes, as Santas Casas, os orfanatos, os asilos e as estruturas particulares como o Instituto Olga Kos Trambich (São Paulo), que fazem aquilo que os governos não têm conseguido e, com isso, tornam a sociedade mais sustentável.
Empresários e altos executivos dão exemplos. Além dos recursos investidos na obra social, também dão um pouco de si, realizando pessoalmente as ações sociais. Estes encontram-se um passo à frente dos demais. Aplicam aquilo que podem e recebem o benfazejo reconhecimento dos assistidos, na maioria das vezes não verbalizado, mas sempre contido em seus desejos e pensamentos positivos.
O país não é só do governo e das autoridades. Cada empresa, entidade ou pessoa física tem seus direitos e suas obrigações para com o conjunto da sociedade. Servir é a mais nobre das virtudes sociais. Pensem nisso e... mãos à obra...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo) E-mail: aspomilpm@terra.com.br
Meu caro amigo,
ResponderExcluirVivemos num mundo globalizado e é claro que qualquer tragédia mobiliza populações e governos.
Quando você diz: "Cada empresa, entidade ou pessoa física tem seus direitos e suas obrigações para com o conjunto da sociedade. Servir é a mais nobre das virtudes sociais. Pensem nisso e... mãos à obra...~
Devo então informar:
Sou Portuguesa, residente em Portugal.
Quando soube da tragédia das enxurradas no Rio de Janeiro, quis enviar meu donativo.
Uma amiga brasileira falou no meu blog de algumas entidades e nºs de conta bancária daí no Brasil.
Mas para uma transferência internacional, os dados prestados não eram suficientes.
Então enviei um e-mail ao Banco do Brasil em Portugal, pedindo informações para poder participar nos donativos.
Consultei também o site da Cruz Vermelha, que informou que a C.V Brasil não tinha pedido ajuda internacional estando apenas a recolher apoio de residentes no Brasil.
Ainda hoje espero uma resposta do Banco do Brasil.
A minha nobre missão de servir ficou muito dificultada.
A Nobre Missão de Servir, não compete apenas ao Governo, Obras Sociais, Empresas e Empresários, mas também,neste caso, a todos os brasileiros, para que não haja tanta burocracia nos momentos mais difíceis.
De Portugal com solidariedade,
Carla