quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Evitar o sexo pré-nupcial melhora a relação? Será???



Estudo sugere que casais que adiam relações sexuais desenvolvem melhor comunicação
Quando é o momento certo para consumar a relação? Se a resposta dependesse dos padres, seria logo após a cerimônia de casamento — mas estudos recentes mostram que esse conselho é raramente seguido. Cerca de 85% da população norte-americana aprova o sexo antes do casamento. Com números como esses, quais as esperanças do Vaticano e de seus membros?

Maiores do que eram na segunda semana de janeiro. Até agora, a determinação de que os casais deveriam esperar até se casarem para fazer sexo se apoiou em afirmações e dogmas. Dean Busby e seus colegas na Brigham Young University, em Utah, no entanto, coletaram dados que justificam o adiamento (um resultado conveniente para a universidade, que pertence a notórios mórmons abstinentes).

Pouco se sabe sobre a influência do timing sexual no desenvolvimento das relações. Ainda assim, há uma abundância de opiniões. Alguns alegam que os órgãos sexuais, tanto físicos, quanto mentais (pois como diz o clichê, o órgão erótico mais poderoso é a mente) precisam de um test drive para garantir que a química entre um casal significa que eles permanecerão juntos na saúde e na doença. Outros sugerem que casais que adiam ou se abstêm de intimidade sexual no início da relação permitem que a comunicação se torne a base de sua atração, e que isso ajuda a assegurar que o companheirismo e a parceria os manterão juntos quando as chamas iniciais da luxúria se apagarem.
Para examinar essas sugestões mais de perto, Busby e seus colegas recrutaram 2.035 pessoas casadas, com idades entre 19 e 71 anos, e com tempos de matrimônios que iam de menos de seis meses a mais de 20 anos. Suas filiações religiosas variavam; muitos deles não tinham religião alguma.

Todos tiveram que completar um questionário online normalmente usado para ajudar os casais a entenderem suas forças e fraquezas. Entre as quase 300 questões, os participantes tiveram que responder quando fizeram sexo pela primeira vez com seus parceiros, se suas vidas sexuais eram satisfatórias, como resolviam conflitos, e com que frequência cogitavam desmanchar seus relacionamentos. Além disso, o questionário trazia 14 itens que avaliavam a capacidade dos participantes de expressar empatia e compreensão a seus parceiros, e suas tendências a se tornarem críticos ou defensivos. Todas as questões, exceto aquelas sobre a frequência das relações sexuais, foram respondidas numa escala de cinco pontos, na qual um representava uma grande discordância e cinco representava uma grande concordância.

Como a religiosidade atrasa a atividade sexual, Busby e seus colegas também perguntaram aos participantes com que frequência eles iam à igreja, com que frequência rezavam, e se eles sentiam ou não que a espiritualidade era uma parte importante de suas vidas. Eles usaram as respostas para avaliar a influência da religiosidade, e também avaliaram renda, educação, etnia e duração dos relacionamentos. Seu estudo, recentemente publicado no Journal of Family Psychology, sugere que pessoas que adiam as relações sexuais acabam tendo melhores relacionamentos, em quatro diferentes medidas (veja a tabela abaixo). Os resultados se aplicam a homens e mulheres.

Infelizmente, o método do Dr. Busby não distingue a causa desse fenômeno. Pode ser, como pregam os moralistas, que o adiamento na verdade seja um aperfeiçoamento. É possível, talvez, que as pessoas que estão felizes em adiar suas relações sexuais também sejam melhores em relacionamentos. Em outras palavras, seria uma correlação, ao invés de uma relação de causa e consequência. Esse é material para um outro estudo. Se os resultados persistirem, no entanto, mesmo quando as personalidades individuais forem levadas em conta, darão uma munição útil aos padres e aos conselheiros matrimoniais.


Fontes: Economist - The waiting gam

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