sábado, 5 de dezembro de 2009
Sobre anzóis e futuros
Não dê peixes, diz o ditado: Ensine a pescar. A imagem sintetiza o conceito de autonomia, célula embrionária de toda profissão. Porém, valendo-me da metáfora, cabe ao jovem decidir, muito cedo, para qual pescaria pretende se habilitar. Afinal, as diversas profissões diferem entre si tanto quanto as baleias dos lambaris, cada qual com suas particularidades. E, tão inadequado quanto perseguir os grandes mamíferos do mar com uma rede na mão, será tentar colher um lambaris de arpão pneumático.
Neste sentido, o primeiro grande desafio diante o oceânico mercado de trabalho, é cada um reconhecer seu equipamento - Aquele conjunto de talentos ou aptidões que vieram conosco ao nascer. Detalhes nada desprezíveis com a facilidade para fazer amigos, a capacidade de concentração,o pendor matemático, a memória privilegiada, a noção espacial, o carisma, atenção aos detalhes, a organização, a criatividade, o ouvido musical, etc...
Isso tudo, em infinitas combinações, devem orientar a escolha de uma profissão. Conhecer-se a fundo será algo tão precioso quanto já ter nos bolsos a isca adequada para um determinado peixe, e descobrir que peixe é. Bastará, então estudá-lo e, claro, correr atrás dele: Nem a mais saborosa isca será útil guardada no fundo do nosso bolso.
Mas, além dos talentos, o candidato à profissão deve conhecer suas dificuldades. Como alguém que desmaia ao ver sangue será cirurgião? Com que cara o tímido enfrentará uma rotina de vendas?
Quem espera alquançar susceco em uma carreira acadêmica quando nunca gostou de estudar? Em que a dificuldade em tomar decisões ajudará no momento de ser advogado ou juiz? Insistir é contrariar sua própria natureza, é remar contra a maré para depois, queixar-se que o mar não está para peixe
Passada a frase do autoconhecimento, a prioridade seguinte é a de instrumentalização. Habilidades precisam ser desenvolvidas para servirem de facilitadoras no momento em que o candidato parte para o labor profissional. Carências, por outro lado, devem ser minimizadas ou, de outra forma compensadas. Por exemplo: se o peixe que se mira está em alto-mar, há de se estar em um navio para chegar até ele. Este é o caso quando embarcamos em uma universidade. Outras vezes, o curso superior nos leva até o cais de partida à indispensável especialização. Porém, não raro, o jovem ruma na busca de um ideal, quando, ao lado de casa, estão as verdadeiras oportunidades.
E todo o deslocamento se configurará muito mais um retardo, mesmo reconhecendo que conhecimento e experiência nunca serão investimentos de todo disperdiçados.
Por fim a metáfora da pesca guarda uma ultima contribuição no momento de coomprender as variáveis na escolha de uma profissão : A sorte. Há quem acredite a ela e seus poderes mágicos o susceso das pessoas e os fracasos com relação ao trabalho. Eu prefiro acreditar que a sorte tem uma tendência enorme em ajudar o pescador que conhece sua isca, investiu no equipamento mais adequado, estudou o mar e, sem surpresa ou pressa, estava com o anzol certo na hora exata em que o peixe tinha fome. È fácil? Não. Mas na hábil tarreafada pescamos até mesmo as estrelas, se assim se desejar.
Um texto de Rubem Penz.
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Para pensar:
Jogou fora a tarrafa para apanhar peixes
Pegou estrelas.
Jogou a tarrafa para apanhar estrelas
Pegou peixes
Pensou:
Por que nada vem quando quer a gente?
Marlon Almeida .
Postado por
William Junior
às
20:30
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Willian no mundo a cultura direciona o filho para os caminhos escolhidos pelos pais, que nem sempre são o que se querem.
ResponderExcluirAbraços forte
Olá William!
ResponderExcluirAcredito que é importante sim o jovem conhecer aspectos de sua personalidade e com base neles escolher uma profissão.Mas considero igualmente importante que eles saibam que, mesmo fazendo uma análise de suas caracteristicas e das características que a profissão exige, em algumas vezes a escolha vai estar equivocada... E ao identificar isso, busquem outra profissão, pois um dos prazeres da vida, consiste em fazermos o que gostamos!
Abraços