Quantas inflações
tem o Brasil? Mais de uma, com certeza. A primeira é a oficial, aquela medida
pelo governo todos os meses, baixinha, sempre na casa do zero vírgula alguma
coisa, para que no final do ano não ultrapasse os dois dígitos.
Uma inflação que os
consumidores e os trabalhadores não enxergam nas prateleiras dos supermercados,
nos postos de combustíveis, nas mensalidades escolares, nas padarias, na maior
parte dos estabelecimentos usados no dia a dia.
E a segunda inflação que existe no Brasil é justamente essa, a mais próxima da realidade, encontrada por quem administra um lar, responde por uma empresa, paga por serviços e é surpreendido, todas as semanas, todos os meses, com a majoração dos centavos e uma etiquetadora de preços sempre muito instável.
Ninguém sabe o quanto irá pagar pelo mesmo produto em um curto período de tempo. O controle doméstico tornou-se difícil no Brasil diante desses dois cenários. De um lado o governo dizendo que tudo está sob controle e, do outro, o mercado, mostrando que nem tudo está sob controle.
Os brasileiros, principalmente os mais antigos, sabem o que é inflação. Inflação é o aumento de preços. Foi-se o tempo em que R$ 100,00 davam para encher um carrinho de supermercado. Essa realidade não existe mais. No máximo, hoje, com R$ 100,00, o consumidor consegue trazer para casa duas sacolas de produtos. R$ 100,00, que é muito dinheiro sim, tem sido pouco no bolso das pessoas para as obrigações diárias.
Ele desaparece da carteira com uma facilidade
espantosa, como se fosse troco. Sair à noite com a família para um jantar
simples passou a pesar demais.
Todos esperam, aliás, ver esse tema como um dos pontos principais do debate entre os candidatos à Presidência da República, que em breve vão entrar nos lares brasileiros com suas promessas, seus projetos, suas ideias para o país.
Todos gostariam de
ouvir deles o que pensam e como pretendem controlar a elevação dos preços. A
inflação é uma das principais barreiras a impedir o desenvolvimento social e
econômico do país e não deveria, jamais, ser mascarada.
E o Brasil, hoje,
tem dois rostos para esse mal.
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