Até outubro de
2013, o Brasil possuía a quarta maior população do mundo de nativos digitas – jovens
que cresceram, vendo e acompanhando, de perto a evolução e expansão da
internet, os benefícios e malefícios advindos dela. Existem no País cerca de 20
milhões de nativos digitais. Número que coloca o Brasil atrás apenas da China
(75,2 milhões), Estados Unidos (41,3 milhões) e Índia (22,6 milhões). Os dados
são da União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da Organização das
Nações Unidas (ONU).
De acordo com o
portal de notícias G1, esta é a primeira pesquisa realizada pela UIT, quanto aos
nativos digitais. Foram pesquisados jovens entre 15 a 24 anos que tiveram
experiência com a internet há no mínimo cinco anos. Os especialistas da UIT
esclarecem que não existem critérios fechados para caracterizar um nativo
digital, bem como os efeitos causados por se nascer na era da informação
digital. O aprendizado com o auxílio das novas tecnologias é algo positivo e
uma tendência a ser seguida no País.
A professora Maria
Ângela Chagas – especialista em pscicopedagia – explica que uma mudança de
aprendizagem não é apenas positiva, mas também necessária. “Estamos passando
por momentos de transformações com a era da informatização. As crianças nascem
inseridas no mundo da tecnologia, o que faz parte do cotidiano. Portanto, nada
é novidade para elas, mas sim para nós”, relata.
Ela explica que a
tecnologia tanto colabora quanto aprimora, de maneira mais rápida e precisa. “É
bom ressaltar que todos os métodos de ensino devem ser acompanhados e
complementados. Crianças que nasceram a partir da década de 80 crescem com a
evolução e a tecnologia do século XXI, chamado de aprendizagem do novo milênio.
O segredo está na forma e metodologia de ensinar”, esclarece.
Aprender brincando
Na era digital, os
brinquedos infantis são outros, celulares, tablets, jogos virtuais, vídeo games
de alta tecnologia e outros. A psicopedagoga Maria Ângela, explica que as
crianças de três anos ou até menos que isso, não só entendem como também sabem
manusear os celulares naturalmente. Para ela, isso faz parte de seu processo
evolutivo. “A vida das crianças do século XXI não podem ser comparadas com as
dos pais. Vivemos em uma nova era”, ressalta.
João Pedro Mesquita
Pontes, 3 anos, é um claro exemplo dessa nova Era. Ele já aprendeu a jogar no
celular da mãe e aparelhos eletrônicos do irmão, João Vitor Mesquita Pontes, 6
anos. Em seu aniversário, no dia 15 de abril, sabe qual presente ele mais pediu
para os familiares? Um tablet. Isso mesmo, completando três anos de idade a
criança já não quer mais uma bola, mas sim um aparelho eletrônico com jogos
virtuais para ele se divertir.
“A avó materna dele
vai comprar o presente que ele tanto quer. Meu filho mais velho e meu marido
sempre jogaram vídeo game aqui em casa e isso despertou o interesse do João
Pedro. Agora ele não pode ver um celular que quer jogar”, explica a
fonoaudióloga e mãe de João Pedro, Carla Rosane Mesquita de Assis Martins, 38
anos.
Carla ressalta que
não acha negativo o fato do filho de apenas três anos já saber usar esses
aparelhos. Pelo contrário. Ela garante que ele já está aprendendo com isso e
pode facilitar até mesmo sua vida nos estudos futuramente. “Ele tem tempo
determinado para jogar e brincar com o celular, cerca de cinco a dez minutos no
máximo, para que isso não atrapalhe as outras atividades, como comer, por exemplo”,
ressalta a mãe.
Carla lembra que o
filho brinca algumas vezes durante o dia com os aparelhos eletrônicos, e quando
ela quer tirar o dispositivo da criança, simplesmente diz que é a vez dela de
brincar, então ele entrega e logo vai se distrair com outras coisas.
João Vitor está
cursando o 1º ano do ensino fundamental, e deve iniciar as aulas de
informática, na escola, ano que vêm. “Eu acho positivo que as escolas ensinem
seus alunos a lidarem com a internet e afins, estamos na era digital e quem não
se adapta perde com isso. Vi algo sobre aprendizado a partir de jogos virtuais
e acho uma excelente ideia, já que as crianças gostam tanto deles”, diz a
mãe.
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