domingo, 25 de abril de 2010
Para que existimos?
Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? Se é que iremos... Esses são alguns dos questionamentos que incomodam o sono da humanidade desde sua origem. As tentativas de respondê-los ou ao menos se aproximá-los de uma resposta que conduza o ser humano a uma si-tuação de conforto existencial, são recorrentes na história da humanidade.
Entre uma forma e outra de explicação do mundo é possível destacar o pensamento organizado através da mitologia, marca singular das primeiras sociedades, o pensamento religioso recorrente na Idade Média e o pensamento científico inaugurado na Europa com as descobertas de Galileu, Copérnico e toda produção intelectual do chamado pensamento ilustrado ou iluminismo.
Essa nova forma de pensar colocou em evidência lacunas que o pensamento religioso possui quanto à autoridade de compreensão do mundo tal qual ele é e não o que parece ser. A busca pela compreensão do mundo tem levado, ao longo dos anos, inúmeras pessoas a recorrerem ao pensar científico. O problema dessa busca é que a ciência, sozinha, não constrói, ela não sabe para aonde vai, porque não possui autocrítica.
A ciência nas mãos indevidas pode destruir vidas, produzir mecanismos que eliminarão o sentimento de autopreservação. Se pensarmos pelo lado moral, o sentido existencial de se fazer ciência seria produzir mecanismos para a construção de um mundo melhor, mais justo e fraterno.
Percebe-se que a produção do saber científico quase sempre está dissociada da situação moral, vivemos em pleno retrocesso moral, vemos um processo científico e tecnológico que caminha de forma extremamente rápida, ao passo que a questão moral se arrasta na sociedade moderna.
Os avanços científicos e tecnológicos são de valores inegáveis e necessários à existência humana, a lacuna de desespero que fica não é em relação à ciência e à tecnologia existirem, o problema é a produção científica e tecnológica desassistida das questões filosóficas e morais. Com o uso da ciência pela ciência, teremos uma sociedade altamente científica e tecnológica mais sem saber para onde está indo, ou para que existe.
Qual futuro a ciência quer para o mundo? Será que a comunidade científica é capaz dessa autocrítica ou precisa da moral para questionar os caminhos que estamos trilhando em nome de uma nova forma de tentar explicar o mundo em que vivemos?
Jorge Lima.
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Postado por
William Junior
às
19:51
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Jorge,
ResponderExcluirÓtimo post, esse questionamento é bastante ponderado, racional e nas minhas convicções, penso que com a elevação de ambos, na busca do equilíbrio, num convício salutar, onde um poderá (no futuro) comprovar o que o outro defende, no final teremos um mundo mais ditoso. Basta observar atentamente o que está se discutindo sobre física quântica, astronomia (não astrologia... rs) e outras ciências, tanto exatas, quanto sociais.
Abraço.