Pesquisas
demonstram que os casados vivem mais, são mais resistentes a imprevistos;
adoecem menos e são mais imunes a chiliques. Um pouco mais tolerantes e
protetores, principalmente se tem filhos, por trabalharem à miúde a necessidade
de exercer a compreensão.
Já os solitários,
por opção ou não, preferem cuidar de animais, por não terem paciência para
lidar com gente. Optam por cuidar de gato, cão, pássaro, peixe, tartaruga e
outros, no singular ou no plural.
Também há os que se
desdobram em cuidados por plantas, de preferência orquídeas, samambaias,
avencas, antúrios e outras, tentando substituir o insubstituível: a família.
Há variações como
preferências por fontes, móbiles, aparelhos de TV distribuídos por toda a casa,
algo que se movimente ou faça barulho, para disfarçar a solidão do morador.
Mas, como diz o
cancioneiro popular, “é preciso aprender a ser só”. Antes de tudo, distinguir
solidão de isolamento. A solidão é necessária quando acontece por opção. Quando
se coloca o pensamento em ordem. Estuda-se, escreve-se, ouvem-se músicas que
nem sempre agradam a todos, no volume preferido.
Isolamento é
escolha por não estar no meio de pessoas que falam, riem, bebem, dançam, cantam
e comem juntas, divertindo-se sem que o ‘difícil-de-se-inteirar’ consiga ver
motivo para tanta animação; o que prefere estar, no máximo, numa solidão
acompanhada por quem goste de curtir mais no silêncio do que no pipocar dos
risos fáceis alimentados pela enxurrada de piadas que parece não ter fim.
Há famílias que se
divertem todos juntos, frequentando outras famílias e amigos, oferecendo
ambiente social aos filhos.
A época que vivemos
é bem desafiadora, com tragédias acontecendo todos os dias em lares não saudáveis.
O que poderá tornar
um núcleo familiar mais amigo, mais sólido? Onde exista amizade, respeito, e
afetividade será mais fácil a interação entre toda a equipe familiar, para que
todos cresçam em seus dons, orientados por princípios éticos, morais e de
religiosidade.
A comunicação
aberta propicia a edificação de um lar onde os papéis de pai, mãe e filhos são
bem definidos hierarquicamente, com transparência e boa aceitação. Pessoas
solidárias, fraternas são elementos chave para uma sociedade mais equilibrada.
Desde o século
passado (1950) vem sendo alteradas as condições sociais, econômicas e culturais
na família. O ingresso da mulher no mercado de trabalho é apontado como uma das
causas do aumento do número de divórcios.
Consequentemente, a
educação dos filhos teve que ser terceirizada. A família nuclear sofreu com o
aumento da jornada de trabalho e com a influência da mídia na vida cotidiana.
Bens de consumo, de supérfluo passaram a necessidade real. Descartáveis,
rapidamente ultrapassados, são trocados e substituídos por outros jogados
no mercado em velocidade vertiginosa. Novidade é ser diferente e mostrar-se
mais importante na ostentação de produtos de ponta.
É mais ou menos
como o círculo vicioso acontecido: alguém trocou de carro e a nova aquisição,
por não combinar com a casa antiga, exigiu a mudança de residência, que por sua
vez não combinou com o cônjuge antigo, que também foi trocado. O resultado foi
uma briga judicial onde os bens são interesses prioritários e os filhos, peças
descartáveis, entregues ao deus-dará.
O que dificulta a
construção de um clima de estabilidade e segurança no instituto da família?
Despreparo? Repetição de histórias malfadadas? Oposição declarada à formação
recebida?
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