Profissão mais
antiga do mundo? Acho que não. Talvez a segunda ou terceira, pois para pagar um
agradinho, mesmo na época de nossos cabeludos ancestrais primeiro era preciso
descolar a moeda de troca e pagar o tributo.
Imagem tão caricatural
quanto à do troglodita que dá uma paulada na cabeça da mulher e a arrasta para
a caverna, seria essa de que se caçaria ou plantaria algo para negociar o deita
e rola. Aliás, diga-se que o sexo consentido (ou sem sentido) é uma prática
contemporânea.
Fato também é que a prostituição é um fenômeno social bastante
antigo. Vide Maria Madalena e quem não conhece a história que atire a primeira
pedra.
Sempre achei graça
do termo casa de tolerância, como um lugar onde tudo é tolerado, liberado.
Atualmente as gurias são autônomas. Com os classificados, o celular e a
internet, a figura do velho cafetão saiu em grande medida de cena e as p., hoje
chamadas de garotas de programa, quando não, profissionais do sexo, têm toda
facilidade do mundo para encontrar sua clientela sem a necessidade de
intermediação ou clube da mãe Joana que as ampare.
Várias inclusive
usam a graninha obtida para bancar seus estudos, que não necessariamente as
tirarão da tal vida. O sonho de muitas é ser igual à Bruna Surfistinha e alcançar
notoriedade, talvez até como escritoras, vixi, mas outras tantas fazem porque
curte e tá acabado. Vou pular o debate moralista que o assunto incita, pois
este todos conhecem bem desde que mundo é mundo.
Na França aprovaram
essa semana uma lei ou algo assim que vai multar os usuários dos ditos
serviços. A intenção é terminar com a prostituição no país. Dizem que seguem o
modelo da Suécia que teria reduzido pela metade seus índices do comercinho
através de um programa (risos) que já dura uma década.
Pois é nessa cama
que deita o novo debate, não mais entre carolas e libertinos, mas entre as
quatro paredes do pensamento progressista.
Ocorre que as
feministas dividiram-se entre as que defendem que a prostituição é uma
profissão tão digna quanto qualquer outra, sendo passível de legalização e
tributação e as que consideram que se trata de exploração do corpo sob uma
ótica machista e burguesa.
Nos States da
América, com exceção de Nevada, onde fica a “divertida” Las Vegas, todos os
demais estados criminalizaram a prostituição. Acabou? Claro que não. Pelo
contrário, quanto mais proibido, melhor é o fruto. Há algo na natureza humana
que está além da ingerência do Estado. Fala sério! Cada um sabe de seu corpo e
desde que não haja coação ou exploração de menores (ou mesmo adultos), metam-se
os políticos com suas sacanagens.
Enquanto a moda
moral retro não pega no país do samba e futebol, franceses, americanos e suecos
começam a fazer suas malas para o turismo, creiam os puritanos, somente
futebolístico que ocorrerá por aqui no ano que vem.
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