Um dos maiores pontos
de discussão entre áreas da ciência está na delimitação do conceito de
identidade. Do direito e as regras de fundamentação da ordenação jurídica, a
ampla discussão dos estudos culturais, tenta se delimitar os sentidos da ideia
de identidade e sua finalidade.
Novamente reafirmo
que se o pai da psicanálise, Freud, estivesse vivo teria ele de reescrever boa
parte da ideia fundante da psicanálise. Em nossa pós-modernidade a libido
sucessivamente foi devassada pelo mercado de consumo. O desejo já não mais
habita o indivíduo, mas tão somente a prateleira em uma loja. A sabatina
sucessiva da publicidade, do marketing e a alienação presentificada pela falta
de cultura e formação especificam a objetificação do desejo terceirizado. A
ausência de autonomia do ser em suas escolhas é um retrato imenso de nossa
pós-modernidade. Da mesma forma subsiste o mercado das identidades adquiridas e
apropriadas pelo mercado de consumo.
Presos à moda e aos
modismos raros são os seres pensantes em suas legítimas escolhas. Nossa
realidade impõe uma distorção imagética que redimensiona a existência.
Aparentar é mais importante que ter e este que ser. Daí advém a inversão de
valores presente a atualidade. Deriva disto a problemática da identidade pós-moderna,
frágil, mutável.
Na última semana ouvi
comentários de programas, aplicativos para programas de redes sociais,
específicos para catalogação de pessoas e seus atributos. Uma ideia que poderia
ser até interessante não fosse o teor superficial das redes sociais, e a
ideologia vigente de fofoca e difamação, sem constatação de veracidade. Em um
cenário em que boatos tornam se fatos, de patrulhamento ideológico, de censura,
teremos a estereotipia como base de qualificação de atributos, ou de formação
de identidades?
Piora o cenário
expressivamente a mentalidade que tais aplicativos vão tornar a vida mais
segura, e as escolhas mais confiáveis. É bem sabido que programas superficiais
tem público garantido em pessoas superficiais. Todavia isto me traz uma indagação:
será que alguém realmente vai escolher uma companhia por uma avaliação de
perfil em rede social? Isto trará a escolha certa, ou a satisfação do desejo
outrora reprimido?
É notória a ideia da
construção de um novo tipo de identidade, que neste artigo chamo de “Eu.com”;
que evidencia um distanciamento da realidade, a ampla necessidade de aparentar
distanciando o indivíduo do ser.
Sobreviverá quem
melhor formatar seu eu.com!
Comente este artigo.
O teor das redes sociais e um canibalismo na sociedade!
ResponderExcluirMagnifica matéria.
ResponderExcluirVou compartilhar nas redes sociais que eu participo.
Se me der o prazer de visitar meu blog: http://orescator.blogspot.com.br/
Eu ficaria muito agradecido
Um Abraço!