sexta-feira, 17 de junho de 2011
Absurdo Conceitual do advogado do bandido paulista
Eis o ocorrido e narrado em reportagem no dia 10 de junho de 2011. Um criminoso, em São Paulo, é preso pela participação na morte de um jovem que resiste a um assalto. Aos risos, a criatura sombria diz, com a maior normalidade, que se a pessoa reage, tem que “levar bala”.
Não entrega o nome do seu comparsa, aquele que teria efetuado os disparos contra o jovem universitário, que perdeu a vida precoce e covardemente.
Numa entrevista coletiva com ares de celebridade (o fundo com as bandeiras do Estado de São Paulo e vários microfones e gravadores de jornalistas) o advogado do meliante é enfático ao afirmar e defender o seu cliente, o que causticamente corroeu os neurônios das pessoas sensatas: “Todo bandido tem ética... todas as profissões tem ética.” Há um adágio popular que diz: quando não se sabe o que dizer é melhor ficar com a boca calada!
A primeira parte da assertiva diz que os bandidos têm ética. Misturar a ética, considerada pelos antigos gregos um comportamento virtuoso, pautada pela aristotélica phronesis – a virtude das virtudes, com o estapafúrdio comportamento criminoso, não procede e nunca procederá.
Ademais, trata-se do mais horrendo delito criminal que alguém pode cometer, que é tirar a vida de outra pessoa, agravada, no caso concreto, pela inexistência de motivo, a não ser a resistência a um assalto ou seja lá o que for. A ética, que também pode ser concebida como a paridade axiológica entre as pessoas, não pode ser confundida com comportamentos imorais, menos ainda, com atitudes criminosas.
A segunda assertiva, sabe-se lá com quais fundamentos ou intenções, considera a “profissão bandido”. Só faltou o rotundo advogado defender a legalização desta “atividade laboral”. As profissões no estado brasileiro são aquelas amparadas pelo ordenamento jurídico, não abarcando quem possui como atividade a afronta a este mesmo ordenamento, mormente as tipificações criminais, que encarnam e estereotipam o núcleo ético e comportamental requerido pela sociedade brasileira.
Por mais que se viva num momento histórico de grande fluidez nas relações humanas e nas conceituações, não é possível que se diga qualquer coisa de qualquer coisa. Há limites semânticos e éticos no processo interpretativo, ainda mais quando palavras são proferidas por quem possui uma formação universitária e uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil.
O repúdio da seccional da OAB-SP foi providencial, mas deve avançar para um processo disciplinar. O advogado e todos os integrantes de carreiras jurídicas têm que possuir um comportamento ilibado e exemplar na sociedade enquanto um imperativo ético. Aliás, a ética deve ser um princípio que não pode ter fim!
Por Giovani Corralo.
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William Junior
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21:50
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é triste, lamentavel,e revoltante,e humilhante para uma mãe, passar por essa dor, e ainda ter que engolir o algoz dando risada,da familia, da sociedade e da lei que da bracha a eles e aos advogados abutres, defender esses homens de belial.
ResponderExcluireu sei bem o que é isso, o assasino de meu filho, que so tinha 16 anos,foi ouvido e liberado, poe ser indio, é considerado inimputavel,quer dizer, tem licença para matar.
detalhe, ele não morava em aldeia, morava na cidade, mesmo assim foi protegido por essa lei que pespreza a vida e protege o bandido.
cada vez que isso aconteçe, é como se matassem meu filho outra vez, desculpe o desabafo, e parabens pelo post, admiro pessoas de coragem que não tem medo de mostrar a verdade.
um abraco.