Pobre mundo

Pelas manchetes que assinalam o Brasil entre os três países que alcançaram maior evolução no setor da educação, na última década, pode-se imaginar o que está ocorrendo no resto do mundo. Talvez as estatísticas possam ter sido elaboradas com utilização de dados colhidos em escolas pré-selecionadas da rede particular, onde existe metodologia de ensino diferenciada. Caso contrário, teremos que concordar que o mundo está muito abaixo da crítica no que diz respeito à educação.

Somente no investimento por aluno, pode-se observar que, enquanto o Brasil gasta em média R$ 2 mil/ano por aluno, a China, com exemplo, investe mais de R$ 10 mil, além de melhor qualificar seus professores. Os mais antigos, que hoje observam o que é ministrado aos filhos e aos netos, mostram-se preocupados com o ensino no Brasil. Naquela época, através do b-o + l-a é igual a bola, que era ensinado pelas professoras das séries iniciais, o aluno assimilava e partia para as séries seguintes com base forte de conhecimento. Hoje o aluno, muitas vezes, escreve, mas nem sempre consegue ler o que escreveu. Falha de métodos?

Não se pode tecer críticas aos quadros do magistério, pois esses mestres, em sua grande maioria, também correm atrás da máquina, mal remunerados e sem maiores perspectivas de qualificação para que possam passar aos alunos um trabalho melhor embasado.

Quantos professores são obrigados a ensinar em duas ou três escolas para se autossustentar? Diante de fatos assim é que, concluído o Ensino Médio, aquele jovem que busca a continuidade, querendo atingir os bancos universitários, é obrigado a buscar os cursinhos de preparação, que surgiram e proliferaram pela falta de qualidade do ensino primário.

Se o Brasil, como diz o noticiário, está incluído entre os que se destacaram na educação, nesta década, pobre o mundo que vivemos.

Por Moacir Rodrigues.

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