Pessoas inteligentes são mais felizes, simplesmente porque quem
se sente bem não perturba nem se intromete na vida alheia sem ser chamado.
Não
se trata, aqui, daquela inteligência enciclopédica, atrelada à memorização de
informações teóricas, mas da capacidade de se equilibrar diante do que não dá
certo, aceitando as próprias limitações, entendendo-se como alguém que erra
porque é um ser humano.
Muitos
se comprazem em ridicularizar os outros, menosprezando quem não se adequa ao
que pensam ser o certo a se seguir, pois, em vez de tentar enxergar o outro com
empatia, querem que o mundo gire de acordo com as próprias vontades.
Essas pessoas não conseguem aceitar nada que não esteja caminhando de acordo com seus desejos, que não correspondam ao que esperam de todos. Temem, sobretudo, o enfrentamento de si mesmos, a possibilidade de estarem errados em algum aspecto de suas vidas, incapazes que são de estender seu olhar além do próprio umbigo.
Dessa
forma, rechaçam e diminuem tudo e todos que confrontam as suas verdades, ainda
que se trate de mentiras e ilusões egoístas. Não sabem e não podem perder em
nada, pois se julgam melhores do que qualquer um.
Quem
ri dos outros como fuga à aceitação do que não entende afunda-se mais e mais na
própria ignorância, visto que se fecha ao novo, à reflexão, às mudanças que são
essenciais ao nosso melhoramento como pessoa, como ser humano.
São
aqueles que tiram sarro de quem defende o partido oponente, que fazem piadas
desagradáveis com a sexualidade diferente da sua, que riem por trás de quem se
veste humildemente ou usa um linguajar simples.
Quem usa a inteligência em seu favor percebe-se, primeiramente, como alguém
falível, imperfeito, alguém que faz escolhas erradas, que paga micos, que nunca
conseguirá agradar a todo mundo. Percebe-se como alguém que também é risível.
Por
isso mesmo, consegue rir de si mesmo, mantendo-se firme no propósito de ser
feliz do seu jeito, porque é seu jeito que o torna único e especial.
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