Ter metas e objetivos claros dão sentido a nossa vida, mas
quando temos tudo que qualquer um daria a vida para ter e, mesmo assim, não
conseguimos nos sentir satisfeitos, esse é um claro sinal de que vivemos uma
patologia: a insatisfação crônica.
Você
conhece alguém que tem tudo o que você sempre quis e, mesmo assim, reclama,
sente angústia e não consegue sentir prazer em viver?
Ele
claramente é um privilegiado e, sabe disso, mas não consegue se sentir
satisfeito com a própria vida. O seu foco sempre está no problema, quando não é
seu, é do outro e, por isso, ele sente que alguma coisa sempre está errada, que
algo sempre falta, nada é o bastante, mas quando ele para e analisa a sua vida,
ele percebe que tem tudo. Então onde está o problema?
Sentir que algo te falta deveria ser motivo de busca e não de reclamação,
deveria te impulsionar a ir de encontro a satisfação, mas muitas pessoas,
desenvolvem uma habilidade sabotadora de alimentar insatisfações, em vez de,
valorizar as suas conquistas, esse comportamento gera angústia, um sentimento
que não se sabe explicar.
A
angustia chega, geralmente, quando não nos conhecemos, quando nos perdemos no
corre-corre mundano e não damos atenção ao que estamos sentindo.
A
essa confusão de sentimentos chamamos de angustia.
Quando
temos a percepção da ausência do que queremos, desejamos suprir, porém, existem
pessoas que possuem tudo e ainda assim, querem mais, criam expectativas irreais
e sofrem diante da ilusão de uma vida sem problemas.
A falta de “não se sabe o que” nos comove e nos move à conquistar aquilo que,
para nós, seria o ideal, porém, quando o ideal já foi conquistado, e mesmo
assim, sentimos falta de algo, isso revela que a falta que sentimos é de nós
mesmos.
O ser humano é movido por prazer
Para
se sentirem satisfeitos diante da vida, os seres humanos precisam da sensação
de prazer. O cérebro libera dopamina, um dos neurotransmissores que causa maior
dependência, por ser altamente euforizante.
As
primeiras conquistas são sempre de maior impacto emocional, por marcar
profundamente as circuitarias neuronais com a sensação de prazer do desejo
realizado.
Em busca dessa primeira experiência, seguimos tentando resgatar essa mesma
memória afetiva positiva, com deslocamentos e substituições. Já que a
experiência original jamais se repetirá.
Ao
perceber que é impossível sentir prazer o tempo todo, o ser humano cultiva
frustrações.
Mesmo
diante de suas conquistas, muitas pessoas se sentem insatisfeitas e buscam
diariamente algo que seja capaz de liberar novamente uma “cascata de dopamina”
em seu cérebro.
A
isso chamo de “insatisfação crônica, quando a pessoa está viciada em prazer e
não conseguem valorizar o que já possui.
Nesses tempos onde a preocupação é de parecer ser e não de ser efetivamente, a
pessoa troca a essência pela aparência, e sofre os efeitos colaterais de uma
vida inautêntica.
Essa
insatisfação cronificada, retira o colorido dos dias. Com a vida emocional
nublada, o que sobra é um manto de insatisfações a pesar sobre os ombros.
Nosso
cérebro primitivo tende a sentir as emoções negativas com maior intensidade,
por ser estas, altamente necessárias à sobrevivência e preservação da espécie,
esse é um registro pré histórico que nos manteve vivos até então.
Compreender
esse mecanismo, nos faz aceitar o programa biológico, porém, nos retira a
competência de desenvolver um sistema emocional/racional equilibrado e lógico.
Nosso
cérebro é um equipamento biocomputacional, de alta performance, basta sermos um
programador a altura da competência dessa ferramenta, para desenvolvermos
“softwares” que promovam a reconfiguração e formatação mais adaptativa e
funcional do nosso sistema original.
É
possível quebrar a corrente que nos prendem a insatisfação crônica, porém,
precisamos antes de mais nada desenvolver a capacidade de nos sentir gratos
pela nossa vida e por tudo de bom que existe nela. Essa gratidão traz alegria a
vida, e a alegria é um combustível que promove a satisfação pelas pequenas
coisas.
Quando
efetivamente, colocamos as coisas à serviço das pessoas e não invertemos a
posição dessa relação sujeito x objeto, conseguimos entender de fato o para
quê, em vez de, por quê estamos aqui.
A
existência humana não é uma pergunta sem resposta. Mas cada um precisa dar um
sentido para a própria vida, precisa encontrar um propósito que promova o
bem-estar não apenas de si mesmo, mas para os outros e para o mundo de uma
forma geral.
Quando o que fazemos, ou o serviço que prestamos não gera esse bem que é
necessário para nos sentirmos realizados, por mais que ele nos conceda prazeres
imediatos e gere um bom retorno financeiro, internamente, não nos sentimos
satisfeitos.
A
SATISFAÇÃO NASCE DO BEM QUE REALIZAMOS E SE, CONTINUAMENTE, PROMOVEMOS O
MAL-ESTAR, COM PENSAMENTOS, EMOÇÕES, SENTIMENTOS E AÇÕES NEGATIVAS, PODEMOS TER
TUDO, MAS NUNCA NOS SENTIREMOS SATISFEITOS COM NADA.
Se
você se sente assim, insatisfeito, mesmo tendo muitos motivos para se alegrar,
está na hora de procurar ajuda profissional para se curar dessa insatisfação
crônica, não acha? Essa insatisfação poderá te levar a desenvolver patologias
físicas, mentais e emocionais, não negligencie isso.
O
que você acha que leva uma pessoa que tem tudo a se sentir infeliz com a
própria vida?
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