Quando se fala em antidepressivos, a
primeira doença que vem na sua mente é? Provavelmente, a resposta dessa
pergunta é depressão. Óbvio e natural que você pense assim, qualquer um
pensaria. Antidepressivos levam esse nome justamente porque foram desenvolvidos
com esse fim: o combate a depressão.
É verdade, por outro lado, que essa
ideia pode já não ser tão apurada. Talvez você já tenha ouvido falar em
tratamento off-label, certo? Esse tipo de tratamento é aquele em que o médico
receita um medicamento para uma doença que não aparece em sua bula. Isso não é
crime, nem irregular, mas uma possibilidade prevista. Existem remédios que
aliviam sintomas de doenças para as quais eles não foram desenvolvidos.
Os antidepressivos costumam se
encaixar nesse tipo de estratégia. Muitas vezes, os medicamentos são associados
com outros para tratar múltiplos transtornos, a depressão sendo apenas um
deles. Ainda assim, mesmo sabendo sobre isso, a notícia que você vai ler hoje
é, no mínimo, surpreende. Pesquisadores descobriram que um antidepressivo pode
ser eficiente contra o câncer.
O estudo foi conduzido por
pesquisadores da Universidade de Zurique e mostram um resultado
impressionante em ratos. A descoberta é impressionante, mas ao mesmo tempo
curiosa. Até o momento, as descobertas foram feitas em camundongo, mas ainda
assim são muito promissoras. Os pesquisadores esperam agora conseguir
autorização para realizar testes em seres humanos, o que vai permitir a
descoberta de dados cada vez mais claros sobre essa descoberta.
O tratamento mostrou eficácia no
combate a tumores de cólon e de pâncreas. O mais interessante de tudo isso é
que tratam-se de tumores que são consideráveis incuráveis pela medicina, por
enquanto. Os tratamentos disponíveis visam retardar o crescimento do tumor, a
fim de prolongar a vida do paciente.
Como funciona o tratamento
Os pesquisadores descobriram que a
combinação de antidepressivos e imunoterapia se mostrou capaz de diminuir o
tumor e até mesmo controla-lo a longo prazo. Se essa descoberta for confirmada
em humanos, isso pode significar uma mudança total no prognóstico desses casos
de câncer.
Mas por que antidepressivos? O que os
pesquisadores descobriram é que a serotonina pode ser uma aliada na luta contra
o câncer. A região abdominal é muito cruel para casos de câncer. Muitos casos
resultam na morte do paciente em questão de poucos anos, em alguns casos até
dias, depois do diagnóstico.
O que torna esse problema tão sério é
que tumores nessa região acabam se tornando resistentes a medicação, que deixa
de gerar uma resposta imunológica do organismo. Com isso, ainda que o paciente
faça tratamento, dificilmente o seu corpo vai reagir. A serotonina pode ser
capaz de mudar isso.
“Essa classe de antidepressivos e
outros bloqueadores da serotonina fazem com que as células do sistema imunológico
reconheçam e eliminem de forma eficiente as células tumorais. Isso desacelerou
o crescimento dos cânceres”, explicam os autores do estudo.
Embora a descoberta seja muito
promissora, ainda é cedo para prever um prazo. Antes do tratamento ser disponibilizado,
é preciso que os pesquisadores consigam testa-lo em humanos.
Roberta M.
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