Um, três ou seis filhos? Qual o número ideal para um casal? De
acordo com dados do IBGE, o País registra uma média de 1,74 filho por mulher,
estando abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1
A família extensa
era uma realidade frequente anos atrás. Era muito comum família com muitos
filhos, o que na época não significava exagero, mas sim sinal de prosperidade.
Além de também garantir segurança familiar, uma vez que os pais tinham a
velhice assegurada. Atualmente a taxa de fecundidade no Brasil vem apresentando
um constante declínio. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o País registra uma média de 1,74 filho por mulher, estando
abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – onde
duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os
indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva.
Em 1960, a taxa de
fecundidade no Brasil foi de 6,3 filhos por mulher. Desde então, a redução
ocorreu de forma gradativa: 1970 (5,8), 1980 (4,4), 1991 (2,9), 2000 (2,3) e,
em 2006, com 2 filhos por mulher, registrando a média abaixo da necessária para
a reposição populacional.
De acordo com
especialistas, não existem respostas para qual o número ideal de filhos para um
casal, porque depende muito da preferência dos pais, entretanto o ideal seria a
taxa de reposição populacional. Porém, da mesma forma que diminui o número de
crianças, é cada vez mais crescente o número de casais que optam por não ter
filhos.

Para o geógrafo
Wagner de Cerqueira, a educação sexual e o planejamento familiar também são
outros aspectos que acarretaram a redução da taxa de fecundidade no Brasil.
Conforme ele, os gastos com a criação dos filhos estão cada vez mais elevados,
especialmente com escolas, creches, hospitais e transporte, o que pode
ocasionar pela escolha de um filho ou nenhum.
Atualmente, a
região brasileira que detém a maior taxa de fecundidade é a Norte, com 2,24
filhos por mulher. Já a região Sul, com 1,66, possui a menor média nacional. As
regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste apresentam taxa de fecundidade de
1,85, 1,8 e 1,67 respectivamente.
A enfermeira Luhara
Rodrigues, de 22 anos, é mãe do pequeno Miguel, de cinco meses, e ela pretende
não pertencer aos números atuais da taxa de fecundidade brasileira. “Acho que o
Miguel merece irmãozinhos para um fazer companhia ao outro. Além de que,
querendo ou não, filho é um laço fortíssimo e fortifica uma relação. E claro,
quando bem criado, quando passamos os ensinamentos morais e damos muito amor,
logo quem mais recebe isso tudo de volta somos nós, os pais”, afirma.
Luhara Rodrigues
diz compreender o porquê de muitos casais optarem por ter filhos únicos ou não
serem pais, porém ela acredita que é preciso avaliar outras circunstâncias,
como a velhice. “Vejo os cuidados dos meus pais em relação aos meus avós. São
pessoas que sentem a obrigação de cuidar”, cita.
Para o doutor em
Demografia e professor em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola
Nacional de Ciências Estatísticas, José Eustáquio Diniz Alves, a transição da
fecundidade é a passagem da opção por um grande número de filhos para a opção
de um pequeno número. Este processo ocorre quando cresce a qualidade de vida
dos pais e se amplia o acesso aos direitos humanos em todas as suas dimensões.
Conforme ele explica, faz parte dos direitos humanos os direitos reprodutivos e
o acesso aos diversos métodos contraceptivos para espaçar ou terminar a
parturição.
“Se a taxa de
fecundidade ficar acima de 2,1 filhos, no longo prazo, haverá crescimento
populacional. Quando for igual haverá estabilização da população e quando
estiver abaixo haverá declínio da população”, esclarece.
José Eustáquio
acredita que quanto mais rápido cair a fecundidade nos países que estão com a
transição demográfica atrasada, mais rápido haverá a estabilização ou declínio
da população mundial. Na hipótese de projeção média da Organização das Nações
Unidas (ONU), a população do mundo deve se estabilizar em torno de nove bilhões
de habitantes no ano 2050.
Saiba Mais:
Taxa de fecundidade no mundo
·
Portugal – 1,28
·
Japão – 1,41
* China – 1,66
* Dinamarca –
1,73
* Estados
Unidos – 1,88
* Uruguai –
2,06
* Argentina –
2,19
* Venezuela –
2,42
* Índia – 2,50
* Iraque –
4,09
* Afeganistão
-5,14
* Moçambique –
5,26
* Angola –
5,98
Fonte: Banco
Mundial
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