Pesquisa estuda uso do veneno da cobra coral no tratamento da
hipertensão
Uma toxina
encontrada no veneno da cobra coral pode colaborar no desenvolvimento de
medicamentos contra hipertensão. Quem afirma é o professor de Biologia da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) Nelson Jorge da Silva,
que lidera o estudo sobre a Ecologia Fisiológica de Cobras Corais. Coordenado
pela PUC Goiás e pelo pesquisador norte-americano radicado no Japão Steven
Douglas Aird, professor do Okinawa Institute of Science and Technology (OIS), a
pesquisa também estuda ferramentas para o entendimento dos mecanismos de ação
da doença de Alzheimer e mal de Parkinson, a partir de toxinas animais.
De acordo com o
professor Nelson Jorge, o estudo piloto foi iniciado há 15 anos e nesta nova
etapa vai acompanhar e identificar os efeitos das toxinas nas mesmas áreas
cerebrais afetadas pelas três doenças e, com isso, possibilitar o avanço no
tratamento. "O veneno de vários animais ajuda a entender melhor o
mecanismo do corpo humano, assim podendo desenvolver remédios para
tratamento", esclarece.
O veneno que as
cobras produzem é um composto tóxico capaz de matar alguns seres vivos e que
desempenha um papel fundamental no metabolismo desses animais. "O veneno
da cobra é como se fosse uma 'glândula salivar' cuja secreção é especializada
em paralisar, lubrificar e iniciar a digestão da vítima", explica Marisa
Rocha, pesquisadora do Instituto Butantan. Ao mesmo tempo, esse composto é
usado na farmacologia humana em remédios para algumas doenças, como as
relacionadas à pressão.
Estes venenos são
uma substância de estrutura complexa formada por água, enzimas, proteínas,
carboidratos e outros compostos inorgânicos, como o zinco. Ele pode ser
classificado em três categorias principais básicas: citotóxico, hemotóxico
(ambos presentes na jararaca) e neurotóxico (presente na coral verdadeira e na
cascavel). O tipo de veneno e sua ação têm a ver com os hábitos de vida de cada
espécie.
A pesquisa, que
conta com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP),
da Universidade de Campinas (Unicamp) e das federais de Minas Gerais (UFMG) e
de Goiás (UFG), será trabalhada com 12 espécies de cobras corais, entre elas a
cobra Micrurus frontalis, uma serpente comum em Goiás.
A eficácia da
utilização de venenos de cobra no tratamento da hipertensão e de outras doenças
já foi comprovada em outros estudos. Pesquisadores do Instituto Butantan, em
São Paulo, descobriram 30 moléculas a partir do mapeamento de peptídeos no
veneno de três espécies de cobras - a Bothrops jararaca, a Bothrops cotiara e a
Bothrops fonsecai. Cinco desses peptídeos (compostos formados por aminoácidos e
sintetizados por seres vivos) foram recriados em laboratório, passaram por
testes em ratos e quatro deles apresentaram atividade anti-hipertensiva, o que
dá a eles potencial para, no futuro, serem usados em medicamentos contra
problemas de pressão arterial.
Pesquisas
anteriores isolaram a substância presente no veneno da cobra jararaca que atua
como inibidor dos agentes naturais responsáveis pela elevação da pressão
arterial, dando origem ao medicamento denominado Captopril.
"Venenos de
animais marinhos também ajudaram a entender o mecanismo do corpo humano para o
desenvolvimento de tratamento para a fibrose cística
(doença genética) e
a miastenia grave (distúrbio neuromuscular)", pontua o professor Nelson
Jorge.
Cobra Coral
Características
principais
A cobra coral
verdadeira é uma serpente de pequeno porte. Possui coloração forte e facilmente
reconhecida: listrada em preto, vermelho e amarelo.
É uma cobra peçonhenta,
ou seja, venenosa. É considerada uma das mais venenosas do Brasil em função da
alta toxidade de seu veneno. Uma vez picada, a pessoa pode morrer caso não
receba atendimento médico rápido.
Habitat
A cobra é
encontrada em matas em todo Brasil. São encontrados também em áreas florestais
do Uruguai, Paraguai e algumas regiões da América Central. Elas vivem em galhos
de árvore, folhagens, buracos em tocos em decomposição, debaixo de pedras e
buracos no chão.
Curiosidades
·
Existe outra
espécie de serpente conhecida como cobra coral falsa. Esta não é venenosa,
porém, através do mimetismo, é muito parecida com a verdadeira.
·
Esta serpente
possui hábito de vida noturno.
·
Quando se sente
ameaçada, a coral verdadeira movimenta a ponta da cauda de forma rápida. Assim,
consegue simular a própria cabeça para confundir seus predadores.
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artigo.
Amigo WILLIAM.
ResponderExcluirUma excelente noticia esta qual você estar nos passando. Até que enfim o veneno vem para o bem e um bem precioso, por que pressão alta é um estado perigoso para qualquer ser humano.
A pessoa às vezes pode controlar tomando remédio, mas há outros casos quando a pressão estiver alta a pessoa nem sente, pois os sintomas não aparece e ai já é caso de óbito, pois hipertensão mata .
Gostei de ser sabedora desta noticia.
Abraços sempre.
ClaraSol