Entra em vigor na
próxima quarta-feira (3) a Lei Antifumo. A medida proíbe, entre outras coisas,
fumar em locais fechados, públicos e privados, de todo o País. Para
especialistas, a iniciativa é um avanço no combate ao hábito de fumar. Pouco
mais de 11% da população brasileira são fumantes. No Dia Nacional de Combate ao
Câncer, comemorado nesta quinta-feira (27), a informação vem reforçar as
medidas de prevenção à doença.
Com a vigência da
Lei 12.546 aprovada em 2011 mas regulamentada em 2014, fica proibido fumar
cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso
coletivo, públicos ou privados, como hall e corredores de condomínio,
restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma
parede, divisória, teto ou até toldo. Se os estabelecimentos comerciais
desrespeitarem a norma, podem ser multados e até perder a licença de
funcionamento.
A norma também
extingue os fumódromos e acaba com a possibilidade de propaganda comercial de
cigarros até mesmo nos pontos de venda, onde era permitida publicidade em
displays. Fica permitida a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens
sobre os males provocados pelo fumo. Além disso, os fabricantes terão que
aumentar os espaços para os avisos sobre os danos causados pelo tabaco, que
deverão aparecer em 100% da face posterior das embalagens e de uma de suas
laterais.
Será permitido
fumar em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, em áreas abertas de
estádios de futebol, em vias públicas e em tabacarias, que devem ser voltadas especificamente
para esse fim. Entre as exceções também estão cultos religiosos, onde os fiéis
poderão fumar, caso isso faça parte do ritual.
Nas Américas,
segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 16 países já estabeleceram
ambientes livres de fumo em todos os locais públicos fechados e de
trabalho: a Argentina, Barbados, o Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, o
Equador, a Guatemala, Honduras, a Jamaica, o Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e
Tobago, o Uruguai e a Venezuela.
Dados do Instituto
Nacional do Câncer (Inca) mostram que cerca de 90% dos casos de câncer de
pulmão, o mais comum de todos os tumores malignos, estão relacionados ao
tabagismo. A instituição estima que em 2012 foram diagnosticados mais de 27 mil
novos casos da doença, considerada “altamente letal”.
Segundo o
epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, o
hábito de fumar está ligado não só a cânceres no aparelho respiratório, mas
também a outros como de bexiga e intestino e pode causar outras doenças, como
hipertensão e doenças reumáticas.
“A gente sempre
associa o hábito de fumar ao câncer, mas não é só o câncer, são quase 50
doenças que ele pode causar, direta ou indiretamente". Scaff lembrou que
os males podem atingir a pessoa que fuma e a que está ao lado, o fumante
passivo.
O epidemiologista
conta que enquanto no fim da década de 80, uma pesquisa apontou que cerca de
35% da população adulta eram fumantes, esse número hoje gira em torno de 11%.
Para ele, essa redução também se deve à legislação, que impede que as pessoas
fumem em qualquer lugar, e às limitações de propaganda.
“A entrada em vigor
da Lei Antifumo vai limitar o lugar onde a pessoa pode fumar, isso já não
permite que ela fume a todo momento. Só para lembrar, um tempo atrás, você
podia fumar em avião, no ambiente de trabalho, dentro do cinema, em qualquer
lugar podia puxar o cigarro”.
O especialista
alerta que as pessoas precisam entender que o hábito de fumar é um vício, uma
doença que precisa de tratamento. Ele ressalta que a rede pública disponibiliza
em todo o Brasil medicamentos e insumos necessários para quem quer parar de
fumar.
Para reforçar a
importância da Lei Antifumo, a Fundação do Câncer, em parceria com a Aliança de
Controle do Tabagismo, lança na semana que vem campanha informativa nas redes
sociais. A campanha visa a conscientizar a população sobre o tema e repassar
informações sobre a lei.
Agência Brasil.
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Um excelente artigo que precisa ser compartilhado para que as pessoas se conscientizem das necessidades de cuidar da própria vida.
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