Bullying
é um termo inglês originário de bully, que significa “valentão” ou “tiranete”
que, especificamente, é aquele que abusa de sua autoridade ou posição para
oprimir os que dele dependem. O termo bullying designa os atos de violência
física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou
grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa (ou
grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Este comportamento agressivo
possui uma forma direta como apelidos, xingamentos, roubos e gestos ofensivos,
a forma indireta está relacionada com difamações, isolamento e indiferença, ou
seja, quando a vítima está ausente.
Saber
identificar o bullying é importante, nem todo machucado ou arranhão é sinal de
que a criança esteja sofrendo agressões, os meninos principalmente, possuem
brincadeiras um pouco mais ríspidas o que é natural, as crianças disputam
brinquedos e depois que passa o conflito, brincam juntas novamente. Para
caracterizar o bullying, as agressões devem ser frequentes, ou seja, repetidas
e intencionais. A criança passa por situações que causam dor ou sofrimento
todos os dias, sinais que podem denunciar o bullying são quando a criança
começa a dar muitas desculpas para não ir à escola, chorar, ficar ansiosa e
agitada são os sinais mais evidentes. Se a criança tinha um bom rendimento
escolar e, subitamente, este aproveitamento declina, é necessário averiguar o
porquê disso, pode ser consequência da violência sofrida na escola.
Uma vez
identificado, os pais devem procurar a escola imediatamente para interromper as
agressões, é importante identificar e atuar diretamente com as crianças
envolvidas. Se a escola não atuar, cabe aos pais procurarem o Conselho Tutelar
para medidas diretas de proteção à vítima. Aos pais, o importante é conversar
com o filho e deixar claro que a culpa não é dela, a criança deve sentir-se
acolhida e confortável com o apoio dos pais.
O papel
da escola é propiciar um espaço de confraternização, respeito e diálogo,
trabalhar questões de cidadania e valores, tão importantes para conscientizar
os alunos sobre direitos e deveres. A prevenção é sempre a melhor maneira de
encarar o problema do bullying, que muitas vezes é silencioso, quanto mais cedo
for identificado, mais eficazes serão os métodos de intervenção contra o ciclo
conflituoso. A escola deve ainda convocar uma reunião com os pais dos alunos
envolvidos. O trabalho deve ser feito junto à família, pois o envolvimento dos
pais é importante para estabelecer uma parceria entre a família e a
instituição, os pais devem ser exemplos para os filhos e devem participar da
vida deles.
O
professor possui um papel primordial para o combate ao bullying, pois, além de
identificar autores, espectadores e alvos, deve intervir imediatamente numa
situação de agressões gratuitas e propositivas entre os alunos. Este
posicionamento do professor é de respeito e, portanto, exemplar, muitas vezes,
se colocar no lugar da vítima é uma maneira satisfatória para distinguir a
brincadeira inocente e a brincadeira agressiva, o professor deve comunicar o
ocorrido à direção.
Atividades
que estimulam a solidariedade e a cooperação são os instrumentos que o
professor deve usar neste momento de conflito. Conversar com a sala de forma
clara e direta sobre a importância de respeitar o colega, e o trabalho didático
deve proporcionar uma discussão sobre as diferenças, logo, trabalhando a
tolerância.
As
consequências do bullying para a criança, num primeiro momento são baixa
estima, choros frequentes, agitação e ansiedade, principalmente se estes
comportamentos aparecerem um pouco antes da criança ir para a escola, medos
inexplicáveis, insônia, falta de apetite e urinar na cama. Num segundo momento
a criança apresenta estresse, dores de cabeça e pode apresentar um
comportamento melancólico, ou seja, isolamento.
A
criança não brinca mais como antes, se afasta dos amigos e fica em casa,
evitando sair, dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar,
dificuldades de relacionamento e mudanças constantes de humor são agravantes
que acompanham o estado emocional da criança. Num momento mais acentuado do
bullying, pode apresentar síndrome do pânico, automutilação, como arrancar o cabelo,
se furar ou se cortar, depressão e até suicídio.
A
psicoterapia é aconselhável em casos mais graves do bullying, em que é nítido
um comprometimento e embotamento emocional. O trabalho psicoterápico é dar
vazão ao conflito e a tensão sofrida pela criança, trabalhando o trauma e
fornecer recursos para a criança superar as frustrações. Em casos mais extremos
do problema, a psicoterapia deve resignificar as emoções negativas e
destrutivas a fim de restabelecer a afetividade, a serenidade e a espontaneidade
da criança.
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