A sensação proporcionada pelos ciclos da vida
faz-nos parecer que há sempre um novo início...
Estamos nos aproximando de mais uma
passagem de ano. Como de costume, essa época traz consigo todos os rituais
conhecidos por nós, desde a infância. Fecha-se um ciclo, abre-se outro.
Reflexões sobre ano que se finda. Planos para o ano que se apresenta. Ciclo
esse cheio de pequenos ciclos, como meses, semanas, dias, horas, minutos e
segundos. Fato é que nenhum segundo por viver será igual a algum segundo
vivido. Assim acontece com os demais ciclos.
A sensação proporcionada pelos ciclos da
vida faz-nos parecer que há sempre um novo início. Essa é a parte mais
interessante. A figura geométrica que representa o círculo não tem início ou
fim. É provável que esse jeito de ver a vida se instaurou com a invenção do
relógio analógico, onde o ponteiro marca o tempo, passando sempre pelo mesmo
lugar. Porém, se olharmos atentos, a cronologia da vida ela está mais para uma
linha reta, onde os eventos sucedem-se um após o outro.
No entanto, mesmo que reflitamos
incansavelmente sobre a decorrência do tempo, a sensação de um novo início deve
permanecer. Se nos apercebermos dessa sensação, na realidade, podemos até tirar
proveito dela. A perspectiva do início de algo, em geral, traz consigo novo
ânimo e motivação. A ideia de que o novo trará consigo surpresas agradáveis tem
grande impacto em nosso modo de agir e sentir. Podemos assim, utilizar esse
“gás” extra, para impulsionar nossas ações quando iniciamos novos ciclos.
Mas como as especificidades do homem se
encaixam nessa dinâmica? Como é o homem que sai de 2012 e entra em 2013?
As lutas e as reivindicações das
mulheres, por igualdade legal e social, afetaram direta e indiretamente a forma
como os homens se colocam na sociedade. A legalização do divórcio e,
recentemente, a facilitação deste, trouxeram novas possibilidades às configurações
familiares. A luta no mercado de trabalho, cada vez mais acirrada, leva a um
futuro cada vez mais incerto.
Fica evidenciado o impacto de tantas
mudanças, na vida do homem, quando ouvimos deles frases que remetem a um
passado glorioso e saudosista mesclada com a falta de referência na atualidade.
Os novos adventos nas relações sociais entre homens e mulheres o deslocaram
para um outro lugar. Que lugar é esse?
Talvez esse seja o engano. Achar que há
um lugar onde o homem, finalmente se encontre e ali permaneça estagnando, com
algo que lhe pareça bem definido. A vida é dinâmica. Os ciclos da vida são
dinâmicos. Mesmo porque o homem vive em constante interação com o meio, com os
outros e por ela ele é afetado. A sensação que me vem, por diversas vezes no
consultório, é que os homens levaram um esbarrão em direção ao vácuo e aí,
nesse lugar, se imobilizaram.
Há novos desafios? Sim, como sempre
houve. Tudo que se fecha, abre-se para o novo. E isso acontece a cada momento.
Do futuro só há previsões e expectativas. Do passado o aprendizado e as
experiências. E não perdem, de forma alguma, sua importância. O passado e o
futuro orientam intensamente a maneira como vivemos o presente. Mesmo que a
vida seja uma linha cronologicamente reta, que os ciclos elevem em picos de
motivação e esperança o nosso modo de viver o presente.
Olhemos nós, homens, em nossas
diferenças com as mulheres e, em nossas diferenças entre nós mesmo homens como
serem que vivem a caminhar. Quiçá a busca dos homens por encontrar um lugar
único onde possam se sentir homens transforme-se na possibilidade de visitar
vários lugares sem que, necessariamente, se perca esse sentimento.
Fecha-se o ano de 2012. Abre-se o ano de
2013. Na linha da vida está por vir mais um ciclo e que esse seja tão bem
vivido como devem ser vividos cada ciclo.
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