A Justiça Federal condenou hoje (12)
oito administradoras de cartões de crédito por cobranças indevidas de encargos
dos clientes. O juízo da 30ª Vara Federal da capital declarou inválidas as
cláusulas contratuais que permitem a cobrança da taxa de garantia, de
administração, de comissão de permanência cumulada com outros contratuais e de
multa moratória superior a 2% sobre a prestação devida.
Os clientes dos cartões que foram
prejudicados devem entrar com ação na Justiça Federal pedindo a apuração do
prejuízo total e o valor do dano sofrido. A Justiça também decidiu que as
administradoras devem indenizar com o dobro do valor os consumidores lesados e
compensá-los por eventuais prejuízos morais e materiais.
As empresas punidas foram: Credicard,
Real, Itaucard, Fininvest, Banco do Brasil, Bradesco, Federal Card (da Caixa
Econômica) e Banerj.
Para o juiz Márcio Barra Lima, os
contratos dos cartões de crédito administrados pelas empresas condenadas, como
contratos de adesão, apresentavam alguns pontos abusivos que permitiam a
cobrança de encargos não autorizados, como a chamada cláusula mandato, que
permitia à administradora autonomia para renegociar a dívida do titular do
cartão no mercado, inclusive mediante financiamento feito em seu nome com
outras instituições, sem constar nenhuma informação sobre os encargos e da
remuneração pelos serviços.
Ainda segundo a decisão, a cobrança
cumulada de comissão de permanência com outros encargos como juros e correção
monetária sobrecarrega o consumidor, sendo considerada abusiva a estipulação de
juros a 2% sobre prestação completa por afrontar o Artigo 52 do Código de
Defesa do Consumidor.
Em nota, a Itaucard, que incorporou a
Finivest e a Banerj, diz que ainda não recebeu o comunicado oficial sobre a
decisão. "O Itaú Unibanco reforça que suas práticas encontram-se
totalmente adequadas à jurisprudência e ao Código de Defesa do
Consumidor", diz. A instituição declara também que não exerce a cobrança
de comissão de permanência somada a juros moratórios, nem cobra multa superior
a 2%".
O Bradesco, por meio de nota, informou
que não se pronuncia sobre casos que estão sob o exame da Justiça. "As
providências serão tomadas em juízo". O Citibank, dono da Credicard,
declarou que "não comenta processo em tramitação, sem decisão definitiva".
As demais administradoras não se manifestaram.
Fonte: Agência Brasil.
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