O país do futebol, das praias e do samba. Os estereótipos
criados para o Brasil e usados com fartura pelas outras nações, que sem muita
dificuldade nos deram Bueno Aires como capital, começaram a ser deixados de
lado a partir do momento em que o país cresceu economicamente e ocupou espaço
de destaque no cenário internacional entre as potências emergentes.
Ouvido pelo site Terra, o presidente da agência Imagem
Corporativa, Ciro Dias Reis, falou da substituição dos clichês conhecidos por
debates mais sérios em relação ao Brasil. O monitoramento sobre as notícias
diárias publicadas referentes ao país revela que cresce a atenção dada pelos
principais veículos a temas importantes, ligados à economia, à política e ao
meio ambiente.
Realizado desde 2009, o Boletim Brasil acompanha tudo o que é
publicado sobre a nação nos 15 mais importantes representantes da imprensa
mundial. Em três meses, de julho e setembro, por exemplo, foram 1.217 notícias
- superior a 13 por dia -, mais de que o dobro identificado no primeiro levantamento,
feito há três anos.
Vulnerabilidade, situação privilegiada, questões
socioambientais, protagonismo, locais de investimento, empresas/executivos do
Brasil, player internacional e comércio exterior foram os assuntos mais
abordados pela mídia do exterior no penúltimo trimestre - 70% das reportagens
foram consideradas positivas e 30% negativas.
Deixar para trás estereótipos é uma boa notícia. Imagens nem
sempre desejadas do Brasil, usadas por muitos anos ao redor do planeta, sempre
incomodaram. A questão é que, não muito distante, os bordões nunca serviram de
estímulo para as mudanças. Se irritavam, apenas geravam reclamações aqui e ali.
Mas quando os governos passaram a investir no desenvolvimento econômico e
social, o que ajudou a colocar o país na parte nobre da vitrine, a mudança do
discurso aconteceu naturalmente. O samba, o futebol e a praia deram lugar a
assuntos, de fato, importantes. Uma virada importante do jogo.
A pauta da imprensa especializada, entretanto, continua aberta
para questões ainda “bem nossas”. A corrupção dentro dos governos é uma delas.
Se nos tornamos mais sérios e evoluímos estruturalmente, ainda temos que baixar
a cabeça quando somos apontados como o país da maracutaia. Os mecanismos
continuam falhos para reduzir a níveis aceitáveis um dos piores problemas
nacionais. A corrupção, para existir, precisa apenas de alguém que ofereça
alguma vantagem e outro que a aceite. E esse defeito humano governante algum
consegue resolver. O que não o impede, porém, de tentar se cercar por
profissionais mais sérios e de cobrar desempenhos.
Comente, participe.....
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