domingo, 1 de maio de 2011

Desabafo: Para sobreviver, pensei até em vender minha bicicleta



Caro leitor, caro motorista, de qualquer espécie, por favor, tenho família, filha e gostaria de vê-la crescer, então acalme-se no trânsito.

Esta minha rogativa parece uma lamentação dramática, mas é o sentimento sincero que estou tomado nesse momento, logo que cheguei no trabalho, depois de ter sido atropelado na rua 1° de Maio. Pois um motorista resolveu fazer a conversão à direita sem usar pisca e o espelho também não foi usado.

Com um pouco de habilidade e sorte consegui frear um pouco antes e apenas rolei sobre o carro, mas sem ferimentos graves. Enfim reorganizei meus pertences, minha bicicleta e segui viagem para o trabalho. Entrei na rua asfaltada na vila Maria e um ônibus coletivo, vindo da faculdade, foi desviar de um veículo estacionado e meteu por cima de mim, que tive que me atirar para cima da calçada.

Sei que a condição de trânsito está cada vez mais caótica, mas o problema é tão complexo que não se resume ao aumento de veículos das cidades brasileiras.

Acredito que o principal problema é educacional e cultural. "Nossos motoristas são muito apressados e indiferentes aos pedestres, motociclistas e ciclistas. Mesmo que esses últimos não sejam exemplos de respeito, não justifica a gente conduzir nossos veículos com tamanha agressividade".

O dia só tem 24h, não adianta correr mais, se estão atrasados que saiam mais cedo, se o trânsito está lento, escolha outra rota, mas, por favor, respeite à vida, pois gostaria de poder ver minha filha crescer.

Esse desabafo é de milhares de vozes mudas que nem acreditam que seja possível reivindicar, ou que não dá em nada protestar, mas se possível: Que o Daer-RS limpe os morros de areia e terra nos acostamentos das rodovias estaduais nos trechos perigosos, que crie um programa de disponibilizar aos milhares de ciclistas e motociclistas das cidades, capacetes ao preço de custo, pois nas lojas o custo é elevado; as Prefeituras que viabilizem ciclovias nas cidades.

A bicicleta e a motocicleta são um meio alternativo para o caos do trânsito, é sustentável em todo o país, pois não poluem e, ainda são uma questão de saúde pública. Não vamos colocar a culpa nos outros, vamos fazer a parte que nos cabe Senhores Prefeitos.

Por Jorge Marques, ciclista de Rio Grande RS.

Em todas as cidades brasileiras é a mesma novela, o que você acha que deve ser feito? Comente, deixe sua sugestão!!!

Um comentário:

  1. Excelente texto. Também sou ciclista ocasional e sei bem o que é sobreviver ao trânsito. E realmente é uma selva.

    Abração.

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