terça-feira, 17 de maio de 2011

Uma nova mordida nos gaúchos



Enquanto o governo cria mais 500 CCs (Cargos em Comissão) no Estado do Rio Grande do Sul, o governador envia à apreciação da Assembleia Legislativa um pacote de medidas visando a garantir maior arrecadação para seus cofres.

Um dos itens inseridos no pacote está gerando desentendimento, posto que nem mesmo a base de sustentação do governo quer respaldar o pedido que determina o pagamento anual de revisão veicular, em que o proprietário de um carro terá de pagar mais uma taxa extra, além da responsabilidade do IPVA, seguro obrigatório e pedágios, que deixam uma parcela do lucro aos cofres públicos.

Os deputados ligados aos partidos aliados e, também, alguns integrantes da própria legenda do governador resistem a defender a taxa de revisão, considerando o desconforto que tal pedido está causando pelo grito popular, lembrando que, ano próximo, haverá eleições.

Fácil aos governantes é o repasse ao povo dos seus problemas de caixa, lembrando os velhos tempos em que reis e imperadores sustentavam a corte com grandes festas e desperdício financeiro e, para suprir os rombos, inventavam novos impostos aos camponeses, cada vez mais exprimidos entre o pagar mais, o ser apontado ou mesmo preso como inimigo do império.

Será que o “conselhão” formado pelo governo para orientá-lo na redução de gastos e prioridades de investimentos públicos chegou a discutir o pacote antes do mesmo ser enviado à Assembleia Legislativa ou esse fato não foi levado ao seu conhecimento, evitando opiniões em contrário?

O Planalto, sempre que oferece um novo índice ao salário mínimo, salienta que o povo está vivendo melhor e que o índice oferecido está acima da inflação medida, mas esquece que o índice acima da inflação não chega sequer a esquentar o bolso, pelas subas imediatas e constantes de produtos de primeira necessidade, remédios, combustíveis e, agora, mais essa disposição de “uma outra mordida” como forma de nova fonte de arrecadação.

Na onda das obrigações que nos são impostas, não demora muito e teremos de pagar, também, pelo ar poluído que respiramos e pelo direito de ver, ouvir, pensar e falar, embora sem encontrar eco nas reclamações.

Por Moacir Rodrigues. moacir@jornalagora.com.br

Fiquem tranquilos, será estendido para todo o Brasil. Só uma questão de tempo. O RS é cobaia nesse projeto arrecadatório.

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