segunda-feira, 9 de maio de 2011
Um animal que não existe mais fascina as crianças
A paleontologia estuda a pré-história e a evolução da vida na Terra. Uma de suas fontes de pesquisa mais importantes são as rochas com as impressões de seres que viveram há milhões de anos, ou melhor, os fósseis. Muitas pesquisas e escavações desenterraram seres que já habitaram a Terra, como os fascinantes dinossauros. Das mais variadas espécies e tamanhos, desde os que cabem na palma da mão até os mais altos que alguns prédios, voadores ou aquáticos, os terríveis lagartos (do grego, dino = terrível + sauro = lagarto) são motivos de estudo e encantamento por possuírem qualidades impressionantes. E é esse fascínio que leva crianças e adultos a colecionarem réplicas, brinquedos e livros que contam dados de cada espécie. No desenho animado, em programas de televisão para crianças e adultos e em grandes filmes do cinema lá estão os dinossauros, em suas formas doces ou hostis. Nem de sites de relacionamento eles escapam, sendo assunto para muito bate-papo.
Foi na Comunidade Jurassic Park no Brasil que Stephen Stecher, 12 anos, conseguiu a maior parte de seus amigos de orkut. "Tenho 200 amigos lá e 175 deles eu conheci em comunidades que falam de dinossauros. Conversamos sobre as descobertas, os hábitos, as espécies", conta o fã dos dinos e que desde pequenino assistia repetidas vezes o filme Parque dos Dinossauros. Sua coleção de aproximadamente 30 dinossauros fica bem guardada numa caixa, protegida dos dois predadores que têm em casa. "Meus irmãos (gêmeos) têm 5 anos e querem brincar, mas acabam quebrando, estragando, perdendo".
Quem gosta de dinossauro fica atento aos mínimos e exóticos detalhes que esses animais pré-históricos apresentam e com Stephen não foi diferente. Tanto interesse até despertou um talento adormecido e há um ano garoto passou a reproduzir, em desenhos, todo tipo de animal. "Fui olhando, observando e fazendo". Numa pasta, tão bem cuidada quanto sua caixa de dinossauros, Stephen arquiva os dinos nascidos da ponta de seu lápis. "Tem até o mais novo dinossauro descoberto numa região da Floresta Amazônica, o Oxalaia", lembra o menino, que tem como o seu dinossauro preferido o espinossauro. Foi amor à primeira vista - "desde que o vi no filme Jurassic Parque 3 pela primeira vez". É aquele com uma cara comprida e um grande placa de espinho nas costas coberta por uma pele.
Quando os dinossauros dominavam a Terra
O Oxalaia quilombensis é um espinossaurídeo e o maior dinossauro carnívoro já encontrado no Brasil. Foi no Maranhão que parte do maxilar e da narina do animal foram achadas, indicando que o animal pertencia ao período Cretáceo Superior. Estima-se que o Oxalaia teria entre 12 e 14 metros de comprimento, com peso entre 5 e 7 toneladas. O nome dado ao dinossauro é uma referência a Oxalá, divindade masculina mais respeitada da religião africana (já que a espécie é muito semelhante a outras encontradas na África, indicando que deveria ser do período em que os continentes eram próximos). Quilombensis lembra os quilombos existentes na região maranhense onde foi encontrado.
Os dinossauros habitavam a Terra há muitos milhões de anos, numa era chamada de Mesozóica. Eles viveram no planeta por cerca de 160 milhões de anos, tempo suficiente para dividir em três períodos essa longa temporada: Triássico (há 245 a 208 milhões de anos, quando surgiram o Eoráptor, Estauricossauro, Plateossauro, entre outros), Jurássico (há 208 a 114 milhões de anos, período de grande desenvolvimento das espécies. Surgiram Alossauro, Braquiossauro, Diplodoco e muitos outros) e Cretáceo (há 114 a 66 milhões de anos, que foi o auge do desenvolvimento das espécies. Era do Velociraptor, Tiranossauro, Tricerátops, Parassaurolofo, Espinossauro e tantos mais). Algumas espécies viveram em todos os períodos, algumas somente em dois e outras em apenas um.
Eles foram extintos há 65 milhões de anos. Acredita-se que a queda de um grande meteoro na Terra tenha provocado uma onda de destruição, calor, mudanças de temperatura, arrasando vegetações. Sem ter como se alimentar, os herbívoros foram morrendo aos poucos, levando à extinção também os carnívoros.
Por Andrea Alves. E-mail: andrea.alves@jcruzeiro.com.br
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William Junior
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