Por isso, é bom ter consciência de que não
existe um tipo pronto, acabado, definitivo.
É interessante saber que podemos adotar as coisas
positivas de cada um dos tipos e tentar, de alguma forma, evitar os excessos
que fazem com que nosso comportamento paterno/materno não seja adequado.
Também é interessante saber que os tempos mudaram.
Não se educa mais hoje, como se educava há 20, 10 ou 5 anos atrás. Não só os
tempos mudaram. A sociedade mudou, as famílias mudaram, a escola mudou, enfim,
a vida mudou. E com as mudanças, novas necessidades, novas ideias, novos
assuntos.
Hoje, as conversas, a forma de viver das crianças e
dos adolescentes é outra de alguns anos atrás e, nós, pais/mães, não podemos
viver de saudosismo. Temos de nos adaptar às novas formas de viver e pensar.
E, com certeza absoluta, um dos maiores desafios é
saber como educar nossas crianças, adolescentes e jovens nos dias atuais. Ou
seja, saber que tipo de pai/mãe eles precisam nessa sociedade pós-moderna,
conectada, com mil e uma inovações que surgem a cada instante, com atividades
sociais que preenchem o tempo de todos (pais, filhos, educadores) e uma imensa
dificuldade de conversar.
E a grande dúvida, a grande questão é: que tipo de
educação os filhos de hoje precisam? E, como consequência: que tipo de pai/mãe
é necessário para dar conta de tamanha tarefa?
Se olharmos para trás, perceberemos que a
sociedade, há algum tempo, era pró-família. Hoje, não. Os tempos em casa eram
maiores, a presença dos pais na vida dos filhos era mais intensa, a companhia
dos pais e filhos era comum. Hoje não. Há famílias que se encontram apenas nos
finais de semana, quando ainda assim, cada um não se isola no seu tablet.
Até tempos atrás, tínhamos os avós para ajudar.
Hoje os avós também têm seus afazeres, seus trabalhos, suas vidas. Os parentes
eram próximos e se ajudavam. Hoje, mal se conhecem. Primos que nunca se viram
ou que não querem saber dos laços familiares. Os vizinhos se encontravam,
ajudavam-se, hoje se fecham em suas “gaiolas douradas”.
Enfim,
parece que tudo conspira contra a família.
Resumindo, a pós-modernidade trouxe desafios para
os quais os pais/mães/educadores não estavam e nem estão preparados. A mídia, a
internet, o acesso fácil ás drogas, a pornografia, a prática sexual precoce, a
busca pela independência, entre tantos desafios. Como compreender os filhos de
hoje e ser pai/mãe referência?
Disso tudo uma coisa é fundamental: para educar
hoje é preciso conhecer os filhos. É preciso saber o que pensam, o que fazem,
com quem saem, quais os valores que adotam, quem são seus melhores amigos, como
estão suas notas na escola, na faculdade, a música que gostam, sobre o que
gostam de conversar, suas preferências, o que pensam sobre drogas, o que os
deixam tristes ou alegres, enfim, conhecer a pessoa do filho.
Essa é uma das características essenciais do
pai/mãe de hoje que queira educar bem seu filho. E isso pede outra
característica: a disponibilidade de tempo.
É preciso desmistificar a ideia de que ser bom
pai/boa mãe é simplesmente impor regras, saber mandar, ser obedecido.
Apesar da necessidade de trabalhar e tudo mais para
sobreviver, quem se dispôs a ter filhos precisa entender que filho demanda
tempo, paciência, carinho, compreensão, escuta. Que não é a babá, a creche, o
professor que deve educar seu filho. Que valores são construídos junto com os
pais. Que não se pode terceirizar a educação do filho.
É preciso entender, de uma vez por todas, que os
filhos precisam de pais que se importem com eles, que sejam referência de
firmeza, de confiança, de ternura. Mas que sejam acima de tudo PRESENÇA.
Filhos não podem mendigar a atenção dos pais, o
carinho, a ternura, a compreensão. Por isso, os pais deste “maravilhoso mundo
novo” precisam ser plugados, antenados, conectados, mas não só nas redes
sociais, essencialmente em seus filhos.
Lembrando, porém, que cabe aos pais construir com
os filhos, regras de convivência, limites para todas as situações. Isso não
mudou. O mundo vive e sobrevive com regras e limites. Os pais precisam ensinar
isso, e mais, precisam ensinar o certo e o errado, os valores. Mas precisam
saber conversar, explicar o porquê das coisas. Talvez aqui esteja uma grande
“dica”, os pais precisam explicar as coisas aos filhos. Ou seja, outra
característica: pais precisam ser elucidativos.
Portanto, não é tão simples assim
colocar filhos no mundo. Antes precisa saber que tipo de pai/mãe esse mundo
precisa para que se possa educar pessoas para a convivência harmoniosa e o
sucesso, não apenas profissional, mas acima de tudo como pessoa, pense nisso,
enquanto lhe desejo boa reflexão sobre o que acabou de ler.
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