domingo, 24 de janeiro de 2010

Pobreza e educação



Há séculos economistas tentam descobrir as causas do crescimento econômico para poderem eliminar a pobreza. Mas o governo brasileiro acha que encontrou a fórmula que uma profissão inteira vem procurando e ainda não achou.

Adam Smith sugeriu que o mercado livre e a especialização do trabalho seriam as causas fundamentais da riqueza das nações; Joseph Schumpeter priorizou a inovação tecnológica e a constante renovação dos métodos de produção como fontes do crescimento econômico moderno; Robert Solow tentou medir o impacto da poupança e do investimento na expansão econômica, mas não foi capaz de explicar um grande resíduo em suas estimativas que chamou de progresso tecnológico; Kenneth Arrow introduziu o conhecimento e a pesquisa nas equações do crescimento econômico; e John Galbraith sugeriu variáveis socioculturais como a base da armadilha da pobreza no mundo, entre muitos outros notáveis esforços de outros economistas.

Contudo nunca se conseguiu produzir uma teoria geral do crescimento, mas apenas identificar alguns fatores determinantes no sucesso dessa corrida rumo à riqueza.

Recentemente, Douglas North propôs que valores e instituições são determinantes no crescimento econômico. A crença de que boas instituições geram crescimento econômico é hoje aceita por todos.

De fato, há correlação entre instituições eficientes, garantia de contratos e estabilidade de direitos com crescimento econômico. Mas essa relação não indica quais caminhos adotar e se deseja estimular a expansão econômica.

No Brasil, o caminho escolhido para a superação da pobreza tem sido o do redistributivismo. Esse é o rumo mais ilusório e ineficaz de todos.

A demagogia do “vale-isto” e “vale-aquilo”, das bolsas “A” e bolsas “B”, da distribuição de subsídios e isenções, da exacerbação da progressividade tributária e dos confiscos de terra e de riqueza para serem pulverizados entre os pobres jamais eliminará a miséria. A dificuldade para romper o círculo vicioso da pobreza está no enraizamento do subdesenvolvimento nas estruturas sociais, econômicas, políticas e psicológicas da sociedade. E isso não se altera com políticas assistenciais, que, ainda que justificáveis, não serão capazes de sanar o problema a longo prazo.

A ruptura fundamental com esse dramático equilíbrio de pobreza acha-se na educação. È a qualidade do capital humano que gera crescimento e, subsidiariamente, também gera boas instituições.

Grande parte dos homens públicos brasileiros não aprendeu com o sucesso do Japão e da Coreia do Sul, que investiram pesadamente em educação fundamental. O Brasil ignora esse clamor e confunde caridade, que é uma virtude pessoal, com políticas eficazes de geração de renda, virtude pública rara entre nossos governantes.

Não se acaba com a pobreza punindo a riqueza. Com demagogia e pitadas de caridade corre-se o risco de aprofundá-la.
Por: Marcos Cintra.

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3 comentários:

  1. A propriedade privada é e não pode deixar de estar atrela à função social.
    As ações sociais devem dar, como de fato estão dando, oportunidade de crescimento às camadas mais pobres da sociedade, sob pena de criarmos "castas" sem mobilidade social.
    A burguesia, as classes dominantes, são movidas pela ambição e pelo egoísmo, esquecendo-se de que, quanto mais houver circulação de riqueza, mais ricos se tornarão. E, por conta deste sentimento natural de ambição e de egoísmo, cabe ao Estado a arrecadação de tributos para distribuição em obras de infra-estrutura e assistenciais para fazer com que haja circulação da riqueza.
    Desvios devem ser combatidos e nada tem a ver com a função do Estado, que deve ser o regulador da função de prover a sociedade de meios de circulação e distribuição de riquezas.

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  2. Concordo plenamento..Creio que os políticos do Brasil em sua grande maioria. Ainda tem um pensamento muito pequeno sobre politica humanitária e investimentos.. E o povo em sua grande maioria ignorante, com certeza irá contra caso apareça algum político querendo trocar "as caridades políticas" por investimento real..É isso é Brasil..Mas de qualquer forma a evolução da sociedade esta vindo..com passos de formiga. Mas esta vindo..e eu sigo aki sentado..esperando o futuro...Abraços!

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  3. Olá!

    A educação é condição nencessária, mas não é suficiente para acabar com a probreza e elevar a condição de um pais pobre para rico. É necessário muito mais que educação para se alcançar isso. Ao mesmo tempo, é necessário que as pessoas que esteja beirando a miséria ou na pobreza extrema deve ter assistência do governo por meio de alimentação e preparação para se obter meios de aumentar a sua produtividade e, consequentemente, obter maior renda. O resto que falam ou escrevem sobre assistência aos pobres é balela.

    Abraços

    Francisco Castro

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